O Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR, na sigla inglesa), publicou na ter?a-feira uma lista de produtos chineses sujeitos a 25% de tarifas adicionais, enfrentando uma forte oposi??o do setor empresarial da China e dos EUA.
A lista proposta abrange aproximadamente 1,300 produtos importados do país asiático, incluindo indústrias como a aeroespacial, informa??o e tecnologia da comunica??o, robótica e maquinaria, segundo um comunicado do USTR, destacando que tal projeto totaliza cerca de 50 bilh?es de dólares de comércio anual.
A China enfatizou que está pronta para tomar quaisquer medidas necessárias para defender os seus interesses legítimos, ambicionando, contudo, gerir de forma construtiva a situa??o com os EUA, pela via do diálogo e da consulta.
“N?o queremos uma guerra comercial, mas n?o tememos uma. Se alguém insistir em come?ar uma guerra comercial, iremos lutar até ao fim”, disse Geng Shuang, o porta-voz do Ministério das Rela??es Exteriores da China.
“Os EUA devem permanecer racionais, ouvir os apelos das comunidades de negócios e da popula??o, descartar o unilateralismo e o protecionismo comercial, e gerir as disputas através do diálogo e da consulta, trabalhando com a China por um desenvolvimento saudável e consistente do comércio bilateral, em prol dos dois povos”, disse o porta-voz.
A taxa proposta é baseada na investiga??o da Sec??o 301 sobre alegadas transferências de propriedade intelectual e tecnologia da China, lan?adas pela administra??o Trump em agosto de 2017.
Agora irá ser submetida a aprecia??o pública, incluindo uma audiência, antes que a USTR possa emitir a determina??o final nos produtos chineses sujeitos a tarifas adicionais.
Grupos empresariais da China e dos EUA têm vindo a advertir a administra??o Trump para n?o avan?ar com o seu plano de taxa??o às importa??es chinesas, dado que tal iria aumentar os custos dos consumidores americanos e das empresas. A medida pode também ter um efeito negativo nos mercados financeiros.
“A imposi??o de impostos em produtos usados diariamente pelos consumidores Americanos e criadores de emprego n?o é correta”, diz Myron Brilliant, vice-presidente executivo e diretor para os assuntos internacionais na Camara de Comércio dos EUA, durante um comunicado na ter?a-feira.
Robert Lightizer, Representante Comercial dos EUA, disse na semana passada que decorrerá um período de 60 dias de aprecia??o, após a administra??o ter lan?ado a lista de taxa??o, reconhecendo que “há esperan?a” que as conversa??es entre os EUA e a China possam resultar num desfecho positivo.
Apesar dos EUA e da China terem dois sistemas económicos “muito diferentes”, é “muito possível” que a rela??o comercial EUA-China possa estabilizar após superar “uma série de dificuldades” ao longo de vários anos, disse Lightizer durante uma entrevista à CNBC.