Paris, 24 abr (Xinhua) -- O presidente da Fran?a, Emmanuel Macron, prepara-se para uma viagem transatlantica de três dias a partir de segunda-feira, a convite do presidente americano, Donald Trump, em meio a uma complicada situa??o internacional.
Desde que os dois líderes assumiram o cargo em 2017, Paris e Washington compartilham preocupa??es sobre a luta contra o terrorismo e o apoio ao G5 Sahel, um bloco de seguran?a regional africano formado por Chade, Mali, Mauritania, Burkina Faso e Níger.
A visita de Trump à Fran?a em 14 de julho do ano passado, que coincidiu com a parada anual do Dia da Bastilha, contribuiu para a troca de amenidades entre os dois países.
No entanto, uma série de divergências sobre assuntos internacionais e econ?micos persistem, embora Macron procure personalizar o relacionamento franco-americano com pragmatismo.
Em rela??o a quest?es internacionais, Trump amea?ou denunciar o Ir? sobre o acordo nuclear de 2015, chamando o acordo de "um dos piores acordos que já vi". Washington deu aos signatários europeus - Fran?a, Alemanha e Reino Unido - um prazo final até 12 de maio para "consertar as terríveis falhas" do acordo.
Além disso, o Acordo Climático de Paris, julgado como "ruim" pelo líder americano, e a mudan?a da embaixada americana em Israel para Jerusalém s?o alguns dos temas espinhosos, entre outros.
Na frente comercial, as amea?as quase veladas de uma guerra econ?mica pela administra??o Trump, tornam estruturalmente desequilibradas as rela??es franco-americanas.
Macron subiu o tom contra Trump no final de mar?o, após a decis?o de Washington de impor novas tarifas de importa??o de a?o e alumínio. "Falamos sobre tudo, por princípio, com um país amigo que respeita as regras da OMC (Organiza??o Mundial do Comércio). N?o falamos de nada, por princípio, enquanto tivermos uma pistola em nossas têmporas", disse ele.
Trump deu à Uni?o Europeia e outros seis países até 1o de maio para negociar isen??es permanentes das tarifas de 25 % sobre o a?o e 10 % sobre o alumínio, que Washington decidiu colocar em prática para acabar com "agress?es" comerciais.
Analistas disseram que é improvável que a postura firme de Washington seja suavizada em rela??o ao comércio e outros assuntos, com a proximidade das elei??es dos Estados Unidos em novembro.
"A aposta na compreens?o por Paris parece ter se tornado mais perigosa, ainda mais porque o endurecimento por parte da equipe de rela??es exteriores americana deve ser temida a longo prazo", disse Laurence Nardon, pesquisador sênior do Instituto Francês de Rela??es Internacionais em Paris.
Com rela??o à decis?o do governo Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel em dezembro passado, Macron criticou a mudan?a como uma "amea?a à paz", quando recebeu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após o reconhecimento dos EUA provocar como??o na regi?o. Mais tarde, em dezembro, Macron, ao lado do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse, em Paris, que os Estados Unidos "se marginalizaram" dessa maneira.
Além disso, Paris e Washington mantêm opini?es divergentes sobre o papel da Organiza??o do Tratado do Atlantico Norte (OTAN).
A administra??o Trump está pressionando os aliados europeus para que atinjam a meta da OTAN de gastar 2% de sua produ??o econ?mica em defesa, sugerindo que os Estados Unidos podem deixar de defender países que n?o o fizerem. Sob press?o norte-americana, os membros europeus da OTAN devem investir mais dinheiro nas for?as armadas; só a Fran?a aumentou em mais de 2 bilh?es de dólares o or?amento de defesa de 2018.