Um acordo alcan?ado entre a China e os EUA alusivo às suas disputas comerciais gerou inquieta??o entre alguns dos parceiros comerciais da China, especialmente os da Europa, que temem que as consequências de um possível acordo China-EUA possam se alastrar à Europa. Os especialistas chineses, contudo, dissiparam essa possibilidade.
Com uma classe média crescente e um governo interessado em abrir ainda mais o mercado chinês a bens e servi?os estrangeiros, a China oferece oportunidades abundantes para todos os seus parceiros comerciais, desde que os seus produtos sejam competitivos, segundo observaram os especialistas na ter?a-feira (22).
Após um anúncio das autoridades chinesas e americanas de um acordo de cessar-fogo que inclui a promessa da China de aumentar as importa??es dos EUA, algumas autoridades europeias alertaram que o acordo poderia prejudicar a Europa.
Na segunda-feira, o jornal alem?o Süddeutsche Zeitung afirmou em uma reportagem que a promessa da China de comprar mais produtos americanos poderia acarretar uma menor demanda por produtos alem?es.
Em uma declara??o ao Global Times na ter?a-feira, Chantal Hughes, porta-voz do Ministério da Economia e Finan?as da Fran?a, afirmou que, embora o ministério n?o comente sobre um possível acordo sino-americano, insiste que qualquer esfor?o para reduzir o déficit comercial dos EUA deve "respeitar as regras internacionais".
Wang Jun, vice-diretor do Departamento de Informa??o do Centro de Intercambio Econ?mico Internacional da China, disse que as autoridades européias est?o reagindo de forma exagerada ao acordo.
"Pode haver algum impacto, mas n?o há necessidade de exagerar", disse Wang nesta ter?a-feira, observando que o plano da China de importar mais produtos agrícolas e de energia dos EUA tem "pouca repercuss?o" nos países europeus.
Em termos de produtos agrícolas e energéticos, a América do Sul e o Oriente Médio podem ser afetados, se a China come?ar a comprar mais dos EUA, disse Wang.
Mesmo assim, um possível acordo n?o significa que o massivo mercado chinês seja fechado para outros parceiros comerciais, segundo Chen Fengying, especialista dos Institutos de Rela??es Internacionais Contemporaneas da China.
"A demanda da China por produtos estrangeiros é enorme e continua crescendo a um ritmo rápido. O 'bolo' é suficiente para ser compartilhado", disse Chen.
A China poderia importar até US $ 10 trilh?es em bens e servi?os estrangeiros até 2022, informou o Ministério do Comércio da China em novembro.