Roma, 20 ago (Xinhua) -- Milhares de pessoas se reuniram no sábado na cidade de Gênova, no noroeste da Itália, para lamentar as vítimas do dramático colapso da ponte que matou dezenas de pessoas no início desta semana.
Após o funeral de estado, novos fundos emergenciais no valor de 28,47 milh?es de euros (32,49 milh?es de dólares) foram aprovados para implementar interven??es urgentes na regi?o.
O funeral de estado foi realizado em um pavilh?o do centro de feiras e exposi??es da cidade, com a presen?a dos principais funcionários do país. Foi transmitido ao vivo por todas as redes de televis?o nacionais do país.
Cerca de 19 caix?es cobertos por flores foram dispostos para a cerim?nia do estado, enquanto outras 20 famílias de vítimas optaram por funerais particulares em suas cidades de origem.
Perto de alguns dos caix?es, os parentes deixaram itens do cotidiano para lembrar seus entes queridos, como a bola de futebol de uma crian?a ou um guarda-sol.
Entre as vítimas estavam italianos de todo o país, mas também da Fran?a, Albania, Romênia, Col?mbia, Chile e Peru, segundo dados da prefeitura.
Todos eles estavam dirigindo pela Ponte Morandi, em Gênova, pouco antes do meio-dia de ter?a-feira, quando a parte central do imenso viaduto desabou repentinamente, derrubando dezenas de veículos a 45 metros de altura.
"O colapso da Ponte Morandi causou um corte no cora??o de Gênova", disse o arcebispo da cidade, o cardeal Angelo Bagnasco, que liderou a cerim?nia.
"Gênova está no olhar do mundo, em um forte abra?o cheio de emo??o e afeto", acrescentou, referindo-se aos inúmeros sinais de solidariedade recebidos de toda a Itália e do exterior.
O funeral contou com a presen?a do presidente Sergio Mattarella, do primeiro-ministro, Giuseppe Conte, e de vários ministros, além de importantes autoridades de outras institui??es públicas.
Cerca de 4.000 pessoas lotaram o pavilh?o.
Quando uma delega??o de bombeiros entrou para prestar seu respeito às vítimas, um longo aplauso surgiu como um sinal de gratid?o por seus incansáveis esfor?os de busca e resgate desde que a tragédia ocorreu.
Como duas vítimas albanesas eram de fé islamica, o im? de Gênova também se juntou à cerim?nia e liderou uma ora??o no final da missa católica.
"Há agora três grandes compromissos a serem honrados", disse Mattarella em nota oficial após o funeral.
"Em primeiro lugar, apoio aos familiares das vítimas, aos feridos e às famílias que tiveram que deixar suas casas por raz?es de seguran?a", afirmou.
Um segundo compromisso anterior foi "uma determina??o rigorosa e imediata da responsabilidade".
"Além disso, (há) o dever de garantir a seguran?a das estradas e dos transportes: essas obriga??es s?o para Gênova e para todo o país", disse Mattarella.
Após o funeral de estado, o primeiro-ministro Conte convocou uma reuni?o de gabinete na prefeitura de Gênova, que aprovou novos fundos emergenciais no valor de 28,47 milh?es de euros.
O montante "corresponde ao solicitado pela Regi?o da Ligúria para implementar interven??es urgentes em estradas alternativas, sistema de viabilidade e habita??o para famílias que tiveram que deixar suas casas devido ao risco de mais colapso", disse o gabinete do PM em um comunicado.
O governador regional, Giovanni Toti, disse aos repórteres que após a reuni?o do gabinete esses fundos aumentariam para 5 milh?es de euros alocados pelo governo central logo após o desastre.
O número n?o oficial de mortos no colapso da ponte subiu para 43, quando quatro corpos foram recuperados no sábado, e um romeno resgatado morreu de suas feridas no hospital de San Martino, em Gênova.
Até o final da tarde de sábado, no entanto, a prefeitura registrou o número oficial de mortos em 40, já que os procedimentos de identifica??o ainda estavam para ser concluídos.
Enquanto isso, executivos da Autostrade per l'Italia (Highways for Italy) disseram no sábado que a operadora rodoviária construirá um novo viaduto de a?o dentro de oito meses para substituir a Ponte Morandi.
Falando em uma coletiva de imprensa televisionada, o CEO da Autostrade, Giovanni Castellucci, disse que a empresa vai criar um fundo para os parentes das vítimas, além de indeniza??o para moradores de prédios que ter?o que ser demolidos para construir a nova ponte.
A empresa gastará cerca de 500 milh?es de euros em financiamento de emergência para o povo de Gênova, Castellucci especificou em resposta a perguntas de repórteres.
Castellucci expressou às vítimas e reiterou que a empresa havia feito tudo o que podia para monitorar a ponte e que n?o havia nada que indicasse um colapso iminente.
"Nós confiamos que o Judiciário lan?ará luz sobre a verdade e que ela aparecerá", disse Castellucci.
Duas comiss?es de inquérito foram criadas. Um pelo ministério dos transportes e outro pelo gabinete do procurador de Génova, que abriu uma investiga??o criminal sobre a queda mortal da ponte.