Por Feng Xuejun, Diário do Povo
Disposi??o das bandeiras de Portugal e da China para a rece??o do Presidente Xi Jinping. (Foto/Wang Yunsong)
BEIJING, 5 de dez (Diário do Povo Online) - Portugal conta historicamente com uma cultura marítima e vasta experiência no uso dos recursos do mar. O Presidente Xi Jinping refere num artigo publicado pelo DN que os dois países devem desenvolver em conjunto a “parceria azul”, promovendo a investiga??o e prote??o bilateral dos oceanos, constru??o de infraestruturas portuárias, e a economia azul, em prol das futuras gera??es.
Em dezembro de 2017, durante a oitava reuni?o do Comitê Conjunto de Coopera??o Científica e Tecnológica China-Portugal, os governos de ambos países identificaram a aquicultura como uma importante área de coopera??o.
Adelino Canário realizando uma experiência. (Foto/Feng Xuejun)
O Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve é uma das mais famosas institui??es de investiga??o científica marinha em Portugal. O diretor do centro de investiga??o, Adelino Canário, liderou uma equipa para cooperar com vários institutos de pesquisa e universidades chinesas, visando estudar espécies como mexilh?es, pepinos do mar e alfafa, na esperan?a de garantir a sustentabilidade via aquicultura.
A rela??o de coopera??o entre Adelino Canário e a China remonta a 2012. Na época, Portugal ainda sentia os efeitos da crise de dívida europeia, sendo que os or?amentos das institui??es de investiga??o eram bastante apertados. Ao participar em uma conferência internacional, Canário compreendeu que, nos últimos anos, a China vinha apoiando a investiga??o e inova??o, as quais granjeavam de um grande potencial de evolu??o no país. Mediante recomenda??o de colegas de profiss?o, Canário deslocou-se à China, tendo-se tornado professor convidado da Shanghai Ocean University em 2014.
Canário afirma que, nos campos de pesquisa, explora??o e desenvolvimento marinho, Portugal pode colaborar com a China. “Espero que possam ser estabelecidos mais centros de investiga??o conjunta de ciência marinha e inova??o tecnológica em Portugal e na China. Desejo também que sejam fortalecidas as capacidades complementares de pesquisa e o intercambio de investigadores”.
Alunos do Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro. (Foto/Xinhua)
Carlos Guedes Soares, diretor do Centro de Engenharia e Tecnologia Naval da Universidade de Lisboa, está participando de forma ativa na investiga??o e seguran?a do navio chinês Jianghai, sendo outro caso de coopera??o bem-sucedida entre os dois países.
O navio Jianghai visa suprir a máxima que indica que um navio marítimo n?o pode dar entrada num rio e vice versa, abolindo a necessidade de efetuar uma troca num porto. Decorre também a pesquisa para melhorar a capacidade de carregamento de contentores, aumentando, deste modo, a eficiência de transporte. Em 2017, foi assinado em Wuhan o acordo para a constru??o de um “navio cargueiro intermodal fluvial-marítimo”, possibilitando n?o só o transporte direto entre Wuhan e Shanghai, como uma redu??o de custos de 30% aproximadamente.
Este tipo de parcerias, refere Soares, contribuirá para refor?ar a cadeia logística da Rota da Seda do Século XXI.
Portugal, enquanto ponto de convergência entre as rotas marítima e terrestre afigura-se, para o presidente Xi Jinping, como um parceiro importante na iniciativa chinesa.
Augusto Santos Silva, director político do Minstério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, disse anteriormente em declara??es ao Diário do Povo que Portugal apresenta “características únicas”, devido à sua localiza??o geográfica, podendo vir a tornar-se num ponto importante da iniciativa chinesa do Cintur?o e Rota.