Katovice, Pol?nia, 5 dez (Xinhua) -- Ativistas climáticos pediram a??es corajosas e rápidas de líderes mundiais para enfrentar a mudan?a climática, como um relatório mostrou na quarta-feira que as emiss?es globais de carbono devem atingir seu máximo em 2018.
De acordo com pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA) e do Global Carbon Project, as emiss?es globais de carbono dever?o atingir 37,1 bilh?es de toneladas de CO2 em 2018.
A emiss?o global de 2018 deverá crescer mais de 2% em rela??o ao ano passado, impulsionada por um sólido crescimento no uso de carv?o e crescimento sustentado no uso de petróleo e gás, disse o relatório, pedindo a??es dos governos na 24a Conferência das Partes (COP 24) à Conven??o das Na??es Unidas sobre Mudan?as Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) em Katovice.
CHAMADOS PARA A??O
"Para limitar o aquecimento global à meta do Acordo de Paris de 1,5°C, as emiss?es de CO2 precisariam diminuir 50% até 2030 e chegar à rede zero por volta de 2050", disse a pesquisadora Corinne Le Quere, diretora do Centro Tyndall de Pesquisa sobre Mudan?as Climáticas e Professora de Ciência e Política de Mudan?as Climáticas na UEA.
"Estamos muito longe disso e muito mais precisa ser feito", disse Le Quere.
As emiss?es de CO2 aumentaram agora pelo segundo ano consecutivo, após três anos de pouco ou nenhum crescimento entre 2014 e 2016, segundo o relatório.
"A crescente demanda global por energia está superando a descarboniza??o por enquanto", disse Le Quere, "precisamos de forte apoio econ?mico e de políticas para a rápida implanta??o de tecnologias de baixo carbono para reduzir as emiss?es nos setores de energia e transporte, de prédios e da indústria".
A COP24 de duas semanas, aberta no domingo, visa finalizar as diretrizes de implementa??o do marco do acordo de Paris e esclarecer como realizar o acordo de forma justa para todos os países participantes.
A ado??o das diretrizes é crucial para colocar em prática o acordo de Paris, pois permitirá e estimulará a??es climáticas em todos os níveis em todo o mundo e demonstrará o compromisso global de enfrentar o desafio premente.
Enquanto países como a China e a Fran?a est?o totalmente comprometidos com a finaliza??o das diretrizes, ainda há muito trabalho a ser feito em Katovice.
CHINA TOMA LIDERAN?A
Apesar das graves preocupa??es com o aumento das emiss?es, a equipe de pesquisa diz que as tendências de energia est?o mudando com o uso de carv?o diminuindo em muitas partes do mundo e um aumento de energia eólica e solar.
O relatório observou que, apesar de as emiss?es da China terem crescido cerca de 4,7% em 2018, a energia proveniente de fontes renováveis está crescendo 25% ao ano.
Gra?as ao aumento do investimento em energia verde, a intensidade de carbono da China, ou a quantidade de emiss?es de dióxido de carbono por unidade do PIB, diminuiu 46% até 2017 em rela??o aos níveis de 2005, atingindo a meta de 40-45% de redu??o até 2020, de acordo com o último relatório do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China.
De acordo com Xie Zhenhua, representante especial da China para a mudan?a climática, a China está bem posicionada para atingir a meta de atingir as emiss?es de dióxido de carbono até 2030, e até mesmo conseguir isso antes do planejado.
A China n?o apenas toma a implementa??o do Acordo de Paris como parte inerente de seu próprio desenvolvimento sustentável, como também está tomando medidas sólidas para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com os desafios climáticos.
A China prometeu em 2015 um pacote de 3,1 bilh?es de dólares para o Fundo de Coopera??o Sul-Sul sobre Mudan?a Climática para os países em desenvolvimento.
Também doou instala??es de conserva??o de energia ou de energia renovável, bem como instrumentos de vigilancia das mudan?as climáticas, e forneceu fundos, tecnologias e capacita??o para os países menos desenvolvidos, pequenos países insulares e países africanos.
Na recém concluída cúpula do G20, a China, junto com a Fran?a, reafirmou seu mais alto compromisso político com a implementa??o efetiva e transparente do Acordo de Paris.
RESPONSABILIDADES COMUNS, MAS DIFERENCIADAS
Entre os dez maiores emissores em 2018, cinco s?o países desenvolvidos, a saber, Estados Unidos, Jap?o, Alemanha, Coreia do Sul e Canadá, de acordo com o relatório da UEA.
As emiss?es nos Estados Unidos respondem por 15% do total global e devem ter crescido cerca de 2,5% em 2018, disse o relatório.
"Enquanto as energias renováveis est?o crescendo rapidamente, ainda n?o é suficiente para reverter as tendências globais de emiss?es. As a??es rápidas necessárias para lidar com a mudan?a climática também precisam ser justas para todas as gera??es", disse Le Quere.
"Justi?a significa responsabilidade. Significa equidade. Significa que os pobres n?o devem pagar o pre?o dos ajustes. Todo mundo tem que agir, mas os pobres n?o devem ser sobrecarregados", disse Meenakshi Raman, assessora jurídica do Coordenador do Programa de Mudan?as Climáticas para Rede do Terceiro Mundo, uma organiza??o independente de pesquisa e defesa sem fins lucrativos.
Grande parte dos desafios climáticos que o mundo enfrenta atualmente é em grande parte porque muitos países desenvolvidos n?o têm restri??es sobre as emiss?es de carbono, disse ela, acrescentando que os países desenvolvidos n?o est?o fazendo o suficiente de acordo com suas responsabilidades a esse respeito.
Enquanto isso, a China, como o maior país em desenvolvimento do mundo, está mostrando "lideran?a real" no combate às mudan?as climáticas, disse ela.
Enquanto isso, a China, como o maior país em desenvolvimento do mundo, está mostrando "lideran?a real" no combate às mudan?as climáticas, disse ela.