Por Janaína Camara da Silveira

Rio de Janeiro, 8 mai (Xinhua) -- O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, acredita que a China viverá um ano de maior crescimento de sua economia e que há possibilidade do aumento de investimentos chineses no Brasil. Hoje, o estoque de investimentos supera os US$ 70 bilh?es, segundo dados apresentados pelo embaixador em entrevista exclusiva à Xinhua.

Yang adiantou que nesta quinta-feira uma reuni?o entre empresas chinesas, o ministro da Infraestrutura brasileiro, Tarcísio Freitas, e o ministro da Secretaria do Governo do Brasil, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, deverá indicar projetos e iniciativas voltadas à capta??o de investimentos no Brasil, que podem ser oportunidades para ambos os países.

No Rio de Janeiro para participar de uma série de encontros, entre os quais um seminário para discutir sinergias entre a Iniciativa do Cintur?o e Rota e o Rio de Janeiro, realizado pela Funda??o Getúlio Vargas (FGV), principal think tank da América Latina, e de um diálogo com empresários, acadêmicos, diplomatas e integrantes do Centro Brasileiro de Rela??es Internacionais (CEBRI), outro think tank, o embaixador disse ainda que é preciso intensificar o conhecimento mútuo entre os dois países. Para tanto, ele aposta no intercambio crescente entre acadêmicos, diplomatas, parlamentares, cientistas, entre outros atores da sociedade civil.

Quando se refere à presen?a do Brasil na China, Yang aposta na cada vez mais vigorosa classe média chinesa como chamariz para a diversifica??o de negócios e projetos brasileiros na China. Neste sentido, ele destaca a Exposi??o Internacional de Importa??o da China como uma porta de entrada. Em novembro deste ano, ocorrerá a segunda edi??o do evento, que em 2018 teve o Brasil como um dos países convidados de honra. Na ocasi?o, os brasileiros assinaram acordos avaliados em US$ 1 bilh?o. "Já temos boas perspectivas para este ano, e a presen?a brasileira deverá ser expressiva", afirmou o embaixador. As empresas e entidades brasileiras têm até maio para efetivarem a inscri??o na feira.

Yang ressaltou o papel da China no mundo, de promotor do multilateralismo e protetor de regras internacionais, incluindo a de organismos como a Organiza??o Mundial do Comércio (OMC). As trocas comerciais entre Brasil e China, aliás, superaram em 2018 a barreira dos US$ 100 bilh?es. Para que novos negócios sejam possíveis, bem como investimentos, um caminho de amplia??o, acredita o diplomata, é se utilizar dos mecanismos financeiros já existentes. Hoje, os cinco principais bancos da China têm presen?a no Brasil, seja com sede ou escritório de representa??o.

O embaixador, que está desde dezembro à frente da miss?o diplomática no Brasil, destacou ainda as rela??es estáveis com o governo brasileiro. Segundos as notícias de imprensa, as principais autoridades do Executivo, tanto o vice-presidente, Hamilton Mour?o, quanto o presidente, Jair Bolsonaro, devem visitar a China ainda neste ano.

Para o c?nsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, o BRICS é um mecanismo importante que mostra o alinhamento de países em desenvolvimento para aprimorar a governan?a global. No início do segundo semestre, os chanceleres dos cinco países que comp?em o bloco - Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul - devem se encontrar no Rio de Janeiro. Para Li, é mais uma oportunidade de estas na??es, em conjunto, mostrarem que podem assumir um papel positivo em um contexto de transforma??es globais.