O Gabinete do Representante de Comércio dos Estados Unidos declarou nesta quarta-feira (8) que o país planeja aumentar as tarifas alfandegárias de 10% para 25% sobre os produtos chineses no valor de US$200 bilh?es. Em rela??o a isso, a China disse que a escalada dos atritos comerciais entre a China e os EUA n?o corresponde aos interesses dos povos dos dois países e do mundo, e que o país iria adotar contramedidas caso fosse necessário.
Nas afirma??es da China e dos EUA, há dois pontos que merecem a nossa aten??o. Primeiro, o conteúdo da declara??o norte-americana foi mais ou menos igual à informa??o emitida dois dias atrás. é preciso notar que os EUA “planejam” e n?o “v?o” definitivamente aumentar os impostos. Isso quer dizer que o país n?o exclui a possibilidade de mudar sua decis?o.
Segundo, a China deu uma reposta rápida em apenas duas horas. A afirma??o chinesa de uns 80 caracteres tem três significados. A frase indicou, antes de tudo, que a a??o norte-americana n?o corresponde aos interesses dos povos chineses, americanos e do mundo. Em seguida, o país asiático manifestou “pena” em rela??o ao gesto americano. Por fim, disse que iria recorrer às contramedidas necessárias.
Na véspera da 11a rodada das negocia??es entre os dois países, a declara??o americana mostrou a intens?o de Washington de exercer mais press?o. A rápida resposta chinesa demostrou, porém, que o país já estava preparado para a a??o americana, e emitiu sua posi??o de “ficar sempre aberto para negocia??es e acompanhar até o fim do confronto”.
Desde fevereiro do ano passado até o momento, as consultas comerciais entre a China e os EUA passaram por vários sobressaltos e obtiveram avan?os significativos. Desta vez, ainda antes de abrir uma nova rodada de negocia??es, a administra??o Trump mudou de repente a atitude para arrecadar mais impostos. A China, no entanto, já está acostumada, tal como disse a Chancelaria chinesa de que “situa??es semelhantes já tinham acontecido no passado”.
Na prática, ao mesmo tempo em que declarou a alta dos impostos, os EUA deixaram claro ao público que as duas partes tem chance de chegar a um acordo histórico, e que est?o preparados para o encontro dos dois líderes após a confirma??o do acordo. As negocia??es em meio à confronta??o parecem se tornar a normalidade e o modelo para que os dois gigantes reajustem seus contatos, diminuam as diferen?as e reforcem os consensos.
Resolver as contradi??es através do diálogo é sempre o princípio da China. As consultas de alto nível entre os dois países já passaram por dez rodadas, obtendo progressos em uma série de problemas essenciais, como compras comerciais, quest?es estruturais e aplica??o do mecanismo. A delega??o chinesa, dirigida pelo vice-premiê, Liu He, embarcará no dia 9 para os EUA para as consultas comerciais. A visita mostra o respeito da China sobre as regras das negocia??es, e também sobre os resultados alcan?ados nos últimos 16 meses.