Rio de Janeiro, 9 jun (Xinhua) -- O livro branco da China sobre as negocia??es comerciais com os EUA "desmascara a falácia dos argumentos norte-americanos em prol da guerra comercial", disse à Xinhua o vice-presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Walter Sorrentino.
O livro branco, intitulado "Posi??o da China sobre as Consultas Econ?micas e Comerciais China-EUA", inclui três partes, abrangendo danos causados pelos atritos comerciais provocados pelos Estados Unidos; o recuo de Washington em rela??o às consultas e o compromisso da China em realizar reuni?es confiáveis com base na igualdade e benefício mútuo.
Para Sorrentino, que também é secretário nacional do Comitê Central de Política e Rela??es Internacionais do PCdoB, trata-se de "uma pe?a esclarecedora, ao mesmo tempo uma resposta altiva e ativa da China".
"No conjunto, esta posi??o projeta a inten??o da China em liderar um novo estágio da globaliza??o, de multipolaridade cooperativa, além de acelerar o desenvolvimento mundial e promover a economia e comércio mundial com um grande aporte de investimentos para conex?o de infraestrutura e logística em extensas áreas do mundo, que é a Iniciativa do Cintur?o e Rota", acrescentou.
Segundo ele, o livro branco ressalta que a China "tem um projeto claro para sua na??o, uma estratégia madura para alcan?á-lo e o empenho para avan?ar na constru??o do socialismo com características chinesas sob a lideran?a de seu Partido Comunista à frente de todo o povo".
"Daí provém sua for?a e capacidade para liderar uma nova era na globaliza??o, do desenvolvimento compartilhado em prol de um destino comum da humanidade, como ela própria formula sua estratégia".
O vice-presidente nacional do PCdoB considera que "a economia mundial n?o saiu da crise, após quase 11 anos desde a sua deflagra??o" e que "vivemos em um período de estagna??o ou recess?o do crescimento global, o desemprego assola o mundo, assim como a fome e a concentra??o de renda", e alertou que "podemos viver um novo repique da crise".
Nesse quadro, "o protecionismo e a guerra comercial promovida pelos EUA s?o a face mais visível de grandes desarranjos da economia mundial sob prevalência do neoliberalismo". (Donald) Trump dá uma resposta falsa aos problemas dessa crise nas economias capitalistas centrais e à consequente crise da globaliza??o neoliberal vigente desde o fim do século passado, que foi capitaneada unilateralmente pelos EUA".
Sorrentino considerou que "o protecionismo e a guerra comercial integram uma estratégia de longo alcance dos EUA, que é a de uma escalada por disputar a hegemonia numa nova era, a da Revolu??o 4.0, cujo vértice de poder está na hegemonia tecnológica".
Segundo ele, "tal estratégia promove uma guerra contínua e multidimensional posta em marcha pelos EUA, que tem por alvo global isolar a China e suas parcerias estratégicas com a Rússia e o BRICS, por exemplo. Todo movimento geopolítico dos EUA está ligado a essa lógica. é uma situa??o que traz grande instabilidade para a economia e as rela??es internacionais para todo o mundo, assim como de guerras por todos os meios."
Ele ressaltou que o papel da China na quest?o do comércio "é importante porque se tornou a maior economia do mundo em paridade de poder de compra, sabe o que quer e se disp?e a liderar uma globaliza??o de multipolaridade cooperativa, desconcentrando o poder mundial e abrindo oportunidades estratégicas de desenvolvimento autodeterminado, soberano e sustentável para as na??es em desenvolvimento ou em luta contra o neocolonialismo".
Para Sorrentino, "a disputa promovida por Trump deprime a economia e o comércio mundial. No caso da América Latina, dada a dependência econ?mica e a luta por desenvolvimento soberano, representa um grande obstáculo".
Como vice-presidente nacional do PCdoB, disse que, ante este cenário de protecionismo impulsionado pelos EUA, a forma??o aposta em "fortalecer as rela??es comerciais com a China, a integra??o com o BRICS, com investimentos em infraestrutura e logística da iniciativa do Cintur?o e Rota".
"S?o fatores que, bem aproveitados, favorecem o desenvolvimento soberano e sustentável, com autodetermina??o nacional. No Brasil, nós consideramos que n?o devemos ser dependentes de ninguém, e mais interdependentes no compartilhamento das vantagens do desenvolvimento aut?nomo e soberano, em prol de um novo tipo de governan?a de um mundo multipolar que desconcentre poderes, onde se imponha o multilateralismo", concluiu.