Brasília, 5 set (Xinhua) -- O governo brasileiro lan?ou nesta quinta-feira o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim), que buscará promover a melhora na qualidade da educa??o básica, com o objetivo de implementar 216 escolas em todos os estados do país até 2023.
As escolas cívico-militares s?o institui??es n?o militarizadas, mas com uma equipe de militares da reserva no papel de tutores.
Este ano, 54 escolas ser?o incluídas no programa, em formato piloto, duas em cada unidade da federa??o e o Ministério da Educa??o (MEC) investirá um milh?o de reais (cerca de US$ 250 mil) por escola, para o pagamento dos militares, melhoria da infraestrutura das unidades e materiais escolares.
Em julho, o MEC já havia anunciado a implementa??o de 108 nesse modelo, no ambito do Compromisso Nacional pela Educa??o Básica.
Para o presidente Bolsonaro, o bom desempenho das escolas cívico-militares está ligado à disciplina dos alunos. "Tem que botar na cabe?a dessa garotada a importancia dos valores cívico-militares, como tínhamos no governo militar, sobre educa??o moral e cívica, sobre respeito à bandeira", afirmou.
Durante seu discurso, Bolsonaro disse que o que tira um país da miséria e da pobreza é o conhecimento e que o Brasil tem um potencial enorme para explorar, incluindo as riquezas da Amaz?nia.
"Tenho oferecido a líderes mundiais, em parceria, explorar a nossa Amaz?nia, nossa biodiversidade, a descoberta de novos seres vivos para a cura de doen?as, darmos um salto naquilo que o mundo está buscando. Temos um potencial enorme para isso, mas precisamos de cérebros, temos que trabalhar esses cérebros", acrescentou.
Segundo o ministro da Educa??o, Abraham Weintraub, as escolas cívico-militares têm um desempenho muito acima da média e s?o instrumento para a melhoria da educa??o no país. Segundo ele, a meta é criar 216 escolas, mas o desafio é ter 10% de todas as escolas brasileiras no modelo cívico-militar até o final do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Os temas didático-pedagógicos continuar?o como atribui??es exclusivas dos professores, sem superposi??o com os militares, e se respeitar?o as fun??es próprias dos profissionais da educa??o, que est?o incluídas na Lei de Diretrizes e Bases da Educa??o Nacional.
De acordo com o MEC, os militares atuar?o na disciplina dos alunos, no fortalecimento de valores éticos e morais, e na área administrativa, no aprimoramento da infraestrutura e organiza??o da escola e dos estudantes.
O Ministério da Defesa vai destacar militares da reserva das For?as Armadas para o trabalho de tutores. Eles ser?o contratados por até dez anos e v?o ganhar 30% da remunera??o que recebiam antes de se aposentar. Os estados poder?o ainda destinar policiais e bombeiros para ajudar na administra??o das escolas.
A ades?o dos estados e municípios ao programa é voluntária e, de acordo com o MEC, os gestores dever?o realizar uma consulta pública e a comunidade escolar deve aceitar a mudan?a.
Para o presidente Bolsonaro, porém, dependendo do desempenho dos alunos, a implanta??o da escola cívico-militar deveria ser imposta.
Ele citou o caso do Distrito Federal, onde o modelo foi adotado em quatro escolas, em parceria com a Polícia Militar. "Vi que alguns bairros tiveram vota??o e n?o aceitaram. Me desculpa, n?o tem que aceitar um n?o, tem que impor", disse. "N?o queremos que essa garotada cres?a e seja, no futuro, dependente até morrer de programas sociais do governo", ressaltou.