A China avisou na quarta-feira que, se os EUA continuarem a aplicar padr?es duplos na luta contra o terrorismo, ou mesmo a infringir a soberania e seguran?a de outros países, acabar?o por sofrer as consequências de seus atos.

“Os ataques do 11 de setembro n?o foram assim há tanto tempo. Os EUA n?o deviam esquecer a dor à medida que as feridas saram”, disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Rela??es Exteriores da China.

A Casa dos Representantes dos EUA aprovou a “Lei dos Direitos Humanos Uigures 2019”. Chris Smith, representante estadunidense, qualificou as medidas anti-terroristas preventivas e esfor?os de conten??o da radicaliza??o chineses de “campos de concentra??o modernos”. A presidente da Camara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, definiu esses esfor?os como “um ultraje para a consciência coletiva do mundo”.

Instada a comentar a posi??o e comentários dos EUA, Hua disse: “Ouvi dizer que alguns dos legisladores dos EUA n?o têm sequer passaportes. Nunca vieram à China, e muito menos a Xinjiang da China. Como podem falar por 1,4 bilh?o de chineses ou pelos 25 milh?es de habitantes de Xinjiang? No entanto continuam fazendo alega??es arbitrárias e comentários falsos sobre a situa??o de Xinjiang. Que arrogancia!”.

Hua afirmou que as quest?es relacionadas com Xinjiang n?o têm a ver com direitos humanos, etnia ou religi?o, mas antes com a luta contra o separatismo e terrorismo violento.

Desde a década de 1990, especialmente após os ataques de 11 de setembro, elementos de terrorismo, separatismo e for?as extremistas lan?aram vários milhares de ataques terroristas violentos em Xinjiang, causando baixas massivas, bem como perdas de propriedade, disse ela, salientando que só no incidente de “5 de julho” de 2009, 197 pessoas perderam a vida e mais de 1,700 foram feridas.

“Na base de adquirir experiência internacional de anti-terrorismo, a China deu início a programas de educa??o vocacional e treinamento em Xinjiang, os quais constituem um passo em resposta ao Plano de A??o para a Preven??o do Extremismo Violento da ONU”, disse Hua.

As medidas adotadas por Xinjiang s?o úteis para a explora??o do plano de a??o da ONU, disse. A situa??o de seguran?a melhorou significativamente lá, sem que um único ataque terrorista tenha acontecido nos últimos 3 anos.

“Os EUA devem reconhecer e aprender com as medidas adotadas pela China, ao invés de as desacreditar”, disse Hua.

Além disso, os políticos estadunidenses falam com a China sobre uma “consciência” para com as minorias étnicas. “Que arrogancia, petulancia, que hipocrisia”, disse Hua.

“Eles já se esqueceram? A história bisecular americana está manchada com o sangue e as lágrimas dos índios nativos, os habitantes originários do continente”.

Hua disse que desde o século XIX, o exército dos EUA ocupou milh?es de quil?metros quadrados de terra e se apossou de inúmeros recursos naturais através da expuls?o e chacina dos índios nativos, durante a expans?o para o oeste.

Além disso, os EUA levaram também a cabo políticas de assimila??o for?ada dos nativos, matando, expulsando e perseguindo-os, negando-lhes os seus direitos civis.

“Hoje em dia, os nativos perfazem apenas 2,09% do total da popula??o do país. Eles enfrentam inúmeras dificuldades, incluindo infraestruturas deficientes, escassez de água e eletricidade, falta de acesso à internet, desemprego, pobreza, e condi??es de vida indigentes. Face a todos estes fatores chocantes, podem os políticos dos EUA fingir ignorancia? Onde está a sua consciência?”.

“Na China é implementado um sistema de autonomia étnica regional, igualdade e unidade étnica, respeito e prote??o pela cren?a religiosa, prote??o pelas normais atividades religiosas e pelos direitos dos crentes em concordancia com a lei”, disse.

Pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang desfrutam de um estatuto legal e constitucional e direitos legais, incluindo o direito de eleger e ser eleito, participar na gest?o de assuntos de estado, usar a linguagem falada e escrita de seus grupos étnicos, herdar a cultura étnica, bem como a liberdade de cren?a religiosa e direito à educa??o.

“Os EUA esqueceram seletivamente os seus atos brutais de persegui??o aos nativos americanos, fechando os olhos à sua história sangrenta e realidade trágica. Por seu turno, difamam e conspurcam sem escrúpulos as políticas étnicas bem-sucedidas da China, especialmente aquelas relacionadas com Xinjiang”, disse Hua.

A porta-voz acrescentou ainda que nos últimos anos, os EUA servem-se dos direitos humanos e da luta contra o terrorismo como camuflagem para intervir militarmente no Afeganist?o, Iraque e Síria, matando milh?es de civis inocentes e tornando vários outros em refugiados.

“Tais atos de total desdém pelo direito das pessoas à vida e ao desenvolvimento s?o um ultraje para a consciência coletiva do mundo!”, asseverou.

“O terrorismo e o extremismo s?o inimigos comuns dos seres humanos, e a comunidade internacional tem uma responsabilidade comum de lutar contra o terrorismo e eliminar o extremismo”, concluiu.