Brasília, 25 mar (Xinhua) -- O ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, disse que é necessário p?r ordem nas medidas de restri??o e quarentena adotadas nos diferentes estados brasileiros para conter a dissemina??o do novo coronavírus, visto que est?o criando obstáculos para o combate à epidemia.
Em entrevista à imprensa online para apresentar a atualiza??o dos números, Mandetta explicou que a quarentena é um mecanismo utilizado diante de uma doen?a infecciosa quando sua transmiss?o é rápida, o sistema imunológico n?o está preparado para enfrentá-la e o sistema de saúde encontra dificuldades para atender a todos os pacientes.
O ministro recordou que a última vez que Brasil entrou em quarentena foi na epidemia da gripe espanhola, em 1917, há mais de 100 anos.
Segundo Mandetta, "antes de adotar o 'lockdown', fechar tudo, é possível trabalhar por bairro e com a mobilidade urbana, até certo nível" para manter a atividade econ?mica.
"é uma situa??o na qual se pode calibrar mal, há medidas questionáveis. Estamos iniciando a curva (de crescimento da epidemia). Temos que ter calma porque a quarentena é um remédio extremamente amargo, duro, e em um momento vamos ter que usá-la", afirmou.
"No Brasil, passamos do início dos números para um 'lockdown' em cascata nos diferentes estados. Isso provoca obstáculos para o próprio combate à epidemia", alertou.
As medidas de restri??o no país, adotadas principalmente pelos governadores dos estados, foram questionadas pelo presidente Jair Bolsonaro em um pronunciamento em rede nacional na noite de ter?a-feira.
Nesta quarta-feira, o ministro Mandetta enfatizou que "n?o vamos mudar um milímetro do nosso foco de prote??o da vida", mas p?s em quest?o a ideia de uma quarentena geral.
"Quarentena sem prazo determinado se converte em uma parede às necessidades das pessoas, que precisam comer, ir e vir. As quest?es econ?micas s?o importantíssimas e foram parte do discurso do presidente", afirmou.
"Precisamos fazê-lo de uma forma organizada. A situa??o no Ceará é completamente diferente de Goiás. O Brasil tem vários 'brasis', é lógico que em lugares onde há pessoas mais idosas, as medidas ser?o outras", acrescentou.
"N?o há ninguém aqui na equipe que n?o saiba a gravidade do problema, já falamos que vamos ter momentos duros, difíceis, temos a maior metrópole da América Latina em S?o Paulo, onde est?o concentrados os casos", destacou.
"Vamos atravessar isto com ciência, com informa??o, com capacidade de atender. Ciência, aten??o, monitoramento e operacional ser?o os pilares para enfrentar esta epidemia", concluiu.