Brasília, 26 mar (Xinhua) -- Técnicos do Ministério da Saúde do Brasil apresentaram nesta quinta-feira um balan?o da epidemia do novo coronavírus (Covid-19), ao completar-se 30 dias desde a confirma??o do primeiro caso no país, destacando que a evolu??o até o momento é compatível com as previs?es do governo.
Em uma entrevista à imprensa, as autoridades apresentaram uma nova plataforma online na qual os dados sobre o comportamento da doen?a no país come?ar?o a ser mostrados de forma mais detalhada, como um insumo para auxiliar os agentes de saúde nos diferentes estados brasileiros, aos especialistas e à popula??o em geral.
A nova atualiza??o apresentada hoje indicou que os casos confirmados do novo coronavírus passaram de 2.433 para 2.915, e o número de mortos de 57 para 77, o que representa uma taxa de letalidade de 2,7%.
Segundo o secretário de Vigilancia em Saúde, Wanderson Oliveira, o primeiro mês de monitoramento e a??es públicas para enfrentar à epidemia p?s em evidência os pontos fortes e fracos do sistema de saúde para enfrentar o desafio do coronavírus.
"Entre os pontos positivos nesses primeiros 30 dias está a comprova??o da eficiência de nosso sistema de vigilancia epidemiológica. Detectamos rapidamente o início da transmiss?o, estamos dando transparência aos dados de notifica??o, fizemos normatiza??es, instruímos o sistema. Foi um volume de trabalho muito intenso a partir do primeiro caso", ressaltou.
Entre os pontos negativos, Oliveira admitiu que houve a necessidade de melhorar o fluxo de notifica??o, sobretudo com o registro da informa??o, porque durante uma primeira fase foi realizado por telefonemas dos gestores locais para o Ministério.
"Outro ponto negativo s?o as dificuldades para a obten??o de insumos necessários para o enfrentamento, principalmente com rela??o aos equipamentos de prote??o individual, que s?o um eixo central. Outro ponto central s?o os testes rápidos. Houve pouco investimento ao longo dos anos na automa??o dos laboratórios centrais de vigilancia epidemiológica, que gastam muito tempo em procedimentos manuais", explicou.
Oliveira destacou que um grande desafio nas próximas semanas será que o Brasil terá 3 epidemias simultaneas: o novo coronavírus, a influenza e o pico da epidemia de dengue.
"Os desafios ainda s?o enormes, estamos entrando na sazonalidade dos vírus respiratórios. Teremos que monitorar as influenzas A E B simultaneamente ao coronavírus", ressaltou.
O Secretário Executivo do Ministério, Jo?o Gabbardo dos Reis, avaliou que os próximos 30 dias ser?o muito difíceis, mas evitou dar previs?es pontuais, porque os dados disponíveis ainda n?o permitem.
"A previs?o é que teremos 30 dias muito difíceis, chegaremos à fase crítica da pandemia. N?o vamos reduzir os casos em 30 dias. Uma previs?o de número de casos é muito difícil de fazer, as simula??es que est?o sendo feitas s?o muito precoces. Trabalhamos com vários cenários, os casos dependem de dois fatores, a transmissibilidade e o número de testes realizados", recordou.
"Ent?o, n?o vamos fazer previs?es, faremos o possível para ter o menor número de casos e óbitos. Nosso desafio e que a curva cres?a o mínimo possível", destacou.