As empresas dizem que s?o lucrativas e planejam permanecer no país, apesar das rela??es tensas.
A fábrica de Tesla em Shanghai
Apesar de um arrefecimento sem precedentes nas rela??es entre as duas principais economias do mundo durante a pandemia de COVID-19, as empresas dos Estados Unidos n?o est?o deixando o mercado chinês, onde a maioria está obtendo lucros e está otimista sobre as perspetivas para o futuro, segundo o Conselho de Negócios EUA-China em seu relatório anual pesquisa de membros na ter?a-feira.
A pesquisa foi levada a cabo no final de maio e junho entre mais de 100 empresas membros do conselho que fazem negócios na China, metade dos quais s?o fabricantes e 45% prestam servi?os.
Ele descobriu que as proje??es das empresas para as perspetivas de negócios a cinco anos na China s?o positivas, com quase 70% expressando otimismo sobre as perspetivas do mercado e 87% dizendo que n?o têm planos de transferir a produ??o da China.
Apenas uma pequena fra??o - 4 por cento daqueles que planejam mover suas opera??es para fora do mercado da China preveem o retorno aos Estados Unidos, segundo a pesquisa.
A China foi considerada a primeira ou entre as cinco maiores prioridades para a estratégia global de acordo com 83% dos entrevistados.
Os resultados sugerem que as empresas americanas continuam comprometidas com o mercado chinês no longo prazo, apesar de anos de atrito comercial e cada vez mais pedidos de dissocia??o econ?mica por parte das autoridades políticas.
A lucratividade é também um componente-chave da confian?a de longo prazo no mercado chinês, concluiu a pesquisa, já que 91% das empresas indicam que suas opera??es na China s?o lucrativas, embora com uma margem menor que nos anos anteriores.
"De acordo com os nossos dados, a principal restri??o à lucratividade é o COVID-19 e seu impacto na economia", disse. "A maioria das empresas inquiridas também alcan?ou um aumento na receita no ano passado."
Porém, apesar do otimismo de longo prazo, os atritos comerciais bilaterais e especialmente o surto de COVID-19 est?o pesando sobre as decis?es de investimento e as perspetivas econ?micas de curto prazo das empresas americanas na China.
Quando questionadas sobre a interrup??o do investimento previsto para a China no ano passado, 93% das empresas norte-americanas disseram que os principais motivos foram o aumento de custos ou incertezas decorrentes das tens?es EUA-China e a COVID-19.
Apenas 11% citaram "melhores perspetivas de negócios em outro país" como motivo para restringir suas atividades na China.
As tens?es entre os dois países parecem estar aumentando, dizem os observadores, com o governo dos EUA lan?ando um conjunto de medidas duras contra a China, sob pretexto de preocupa??es com a seguran?a nacional.
Em 2020, o impacto mais debilitante das tens?es comerciais bilaterais - de acordo com metade dos entrevistados - foi a perda de vendas devido à incerteza do cliente sobre a continuidade do fornecimento, de acordo com a pesquisa do Conselho de Negócios EUA-China.
"As recentes políticas dos EUA restringindo as vendas de certos produtos e servi?os para algumas empresas chinesas come?aram a impactar mais as intera??es comerciais entre as empresas americanas e seus clientes chineses", refere o documento.
Quanto à prote??o da propriedade intelectual, que tem estado no centro do atrito comercial bilateral, a pesquisa averiguou que 61 por cento das empresas americanas relataram que a prote??o à propriedade intelectual da China havia "melhorado muito" ou "melhorou um pouco" - a classifica??o mais alta em uma década. Apenas 2 por cento relataram o contrário.
As empresas relataram que as disputas s?o cada vez mais tratadas por juízes com uma compreens?o diferenciada em quest?es de propriedade intelectual e por policiais mais motivados, dispostos a investigar fábricas infratoras. Parece que há uma consciência geral por parte dos parceiros e titulares de licen?as sobre a importancia da prote??o, observou a pesquisa.
"O comércio e os investimentos EUA-China sustentam cerca de 2,6 milh?es de empregos americanos", disse o presidente do USCBC, Craig Allen. "Precisamos de manter e aumentar esses empregos no futuro, enquanto encontramos maneiras de reduzir os conflitos em outras áreas do relacionamento bilateral".
As empresas explicam que as tarifas continuam sendo uma quest?o chave, porque mesmo com a assinatura do acordo comercial de fase um, as tarifas permanecem sobre US $ 370 bilh?es em produtos chineses e mais de US $ 110 bilh?es em produtos americanos.
O USCBC disse que as empresas americanas consideram o acordo uma for?a estabilizadora em um relacionamento bilateral que se deteriora rapidamente e continuam a apoiá-lo esmagadoramente.
Ele observou que, desde a assinatura do acordo, a China tomou medidas para liberalizar o seu setor de servi?os financeiros para empresas estrangeiras, reduzir significativamente as barreiras ao comércio no setor agrícola e fortalecer seu regime jurídico interno e de cumprimento para proteger os direitos de propriedade intelectual.
Claire Reade, associada senior e presidente do conselho de administra??o e economia chinesa do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, disse também que, mesmo com as divergências em ambos os lados, o acordo comercial da primeira fase ainda está sendo implementado, com a China abrindo seus mercados financeiros e reduzindo as barreiras n?o tarifárias.