A China e os Estados Unidos concordaram em retomar o diálogo "nos próximos dias" sobre quest?es econ?micas e comerciais, disse o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng, na quinta-feira, após relatos de que as negocia??es de alto nível planejadas para a fase um do acordo comercial terem sido adiadas.
Falando em um briefing semanal, Gao fez o anúncio sem referir detalhes.
Especialistas e líderes empresariais disseram que os dois lados provavelmente discutir?o como a primeira fase do acordo comercial foi implementada até agora e como podem resolver as barreiras comerciais e de investimento na próxima fase.
"As conversas oficiais de alto nível s?o úteis para reduzir a desconfian?a entre as duas partes", disse Zhang Yongjun, pesquisador do Centro para o Intercambio Econ?mico Internacional da China, com sede em Beijing.
Chen Qingzhou, presidente da Hytera Communications Co., fornecedora de solu??es de comunica??es via rádio móvel terrestre, com sede em Shenzhen, disse esperar que os dois países possam resolver suas diferen?as imediatamente.
"Embora a China e os EUA tenham disputas no comércio, ciência e tecnologia e outros campos, sua tecnologia e indústrias de manufatura s?o altamente integradas e s?o complementares em alguns campos. A verdadeira coopera??o beneficiará ambos os lados", disse ele.
As duas maiores economias do mundo chegaram a um acordo em 15 de janeiro, após uma disputa comercial de dois anos.
Apesar do surto de Covid-19 no primeiro semestre deste ano, a China afirmou que fará o possível para implementar a fase um do acordo comercial.
Os departamentos governamentais relacionados na China têm trabalhado extensivamente para esse fim, apesar da pandemia de Covid-19, disse o ministro-adjunto do Comércio, Ren Hongbin, na semana passada. No entanto, controles mais rígidos impostos pelos EUA às exporta??es para a China e outras medidas restritivas afetaram as importa??es de bens e servi?os do país, disse ele.
Em maio, a China divulgou a segunda lista de bens dos EUA a serem excluídos da segunda rodada de contra-medidas tarifárias contra as medidas da Sec??o 301 dos EUA.
Nos primeiros sete meses deste ano, o comércio de bens da China com os EUA caiu 3,3% face ao ano anterior, para 2,03 trilh?es de yuans (US $ 292 bilh?es), enquanto suas exporta??es para os EUA caíram 4,1% e as importa??es diminuíram 0,3% em meio à pandemia e outras incertezas econ?micas, segundo a Administra??o Geral Alfandegária.
A China sempre deu as boas-vindas aos investidores estrangeiros, incluindo empresas dos EUA, para investirem e operarem no país e compartilharem oportunidades de desenvolvimento, disse o porta-voz do ministério.
Desde janeiro, vários projetos de investimento avultado da Starbucks, Costco e Tesla foram estabelecidos na China, mostrando a confian?a que as empresas americanas têm no mercado chinês, disse Gao.
A lucratividade é também um componente-chave da confian?a de longo prazo no mercado chinês, de acordo com uma pesquisa divulgada no mês passado pelo Conselho de Negócios EUA-China.
Cerca de 91% das empresas americanas disseram que suas opera??es na China s?o lucrativas.
Gao afirmou que as empresas americanas n?o est?o deixando o mercado chinês, onde a maioria está obtendo lucros e est?o otimistas sobre as perspectivas de crescimento futuro.
Robert Aspell, presidente da ásia-Pacífico da Cargill Inc, disse que com muitos países ainda lutando para estimular suas exporta??es e consumo, a China consiste em um modelo de recupera??o, estabiliza??o e crescimento, acrescentando que a empresa introduziu uma série de itens alimentícios no mercado chinês nos últimos dois meses.
O grupo de agronegócios com sede em Minnesota abriu a sede de sua cadeia de suprimentos agrícolas na ásia-Pacífico em Shanghai no início do mês, reiterando o compromisso contínuo da empresa com o mercado chinês.