O secretário-geral da ONU, António Guterres, lan?ou na quinta-feira um "apelo à a??o" para aumentar a participa??o das mulheres nos esfor?os de paz.
Ele convidou os governos, o sistema da Organiza??o das Na??es Unidas, as organiza??es regionais, as organiza??es da sociedade civil, a academia e a comunidade internacional mais ampla a tomarem medidas ousadas para traduzirem em realidade os compromissos com a participa??o igualitária das mulheres nos processos de paz.
Guterres lan?ou seu apelo após uma reuni?o sobre a quest?o das mulheres, paz e seguran?a em contextos de manuten??o da paz.
Ele pediu uma a??o para priorizar a lideran?a das mulheres, para investir em redes de mulheres baseadas na comunidade, para abra?ar a tomada de decis?es baseada em evidências por meio de uma revolu??o de dados de gênero e para adotar uma abordagem feminista para acelerar a participa??o plena, igual e significativa das mulheres.
"Hoje, vamos ser claros, a lideran?a das mulheres é uma causa. Devemos torná-la uma norma", disse ele. "é assim que transformaremos a paz e a seguran?a internacionais. E é assim que construiremos um futuro pacífico e igualitário, que se mostrou t?o elusivo em todos os esfor?os que estamos fazendo, ou seja, para implementar um cessar-fogo global".
"Esse é, eu acho, nosso dever compartilhado, nosso caminho comum. Dia após dia, ano após ano, estamos pagando um pre?o por causa de nossos próprios preconceitos e por causa da discrimina??o que existe. E precisamos ser capazes de fazermos melhor. E depende de nós que isso aconte?a", afirmou ele.
Durante a discuss?o na reuni?o, Guterres disse que a participa??o plena, igualitária e significativa das mulheres para alcan?ar e sustentar a paz é essencial para uma manuten??o da paz bem-sucedida.
Em situa??es de conflito, geralmente s?o as mulheres que negociam a paz nos níveis da comunidade. No entanto, as mulheres continuam sendo ativamente marginalizadas quando esses processos passam para os níveis nacional e internacional, disse ele.
Os dados até 2018 mostram que, globalmente, as mulheres constituíam apenas 13 por cento dos negociadores, 3 por cento dos mediadores e 4% por cento dos signatários, observou ele. "As mulheres continuam tendo que lutar para que suas vozes sejam ouvidas, apesar das muitas evidências sobre a correla??o entre a participa??o das mulheres e a sustentabilidade da paz".
Embora a Organiza??o das Na??es Unidas tenha trabalhado incansavelmente para fazer avan?ar a agenda das mulheres, paz e seguran?a, o progresso continua lento devido a retrocessos políticos, falta de investimento em organiza??es de direitos das mulheres e mentalidades enraizadas e domínio masculino, disse ele. "Isso deve mudar".