Uma maioria predominante de africanos tomaria uma vacina de Covid-19 se ela fosse considerada segura e eficaz, revelou uma pesquisa recentemente publicada do Centro Africano para Controle e Preven??o de Doen?as (CDC áfrica).

A pesquisa, que foi conduzida pelo CDC áfrica em parceria com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM) e publicada neste final de semana, mostrou que "uma maioria predominante (79 por cento) dos entrevistados na áfrica tomaria uma vacina de Covid-19 se fosse considerada segura e eficaz".

Realizada entre agosto e dezembro de 2020, a pesquisa entrevistou mais de 15.000 adultos, com 18 anos ou mais, em 15 países africanos, entre eles, Burquina Faso, Costa do Marfim, República Democrática do Congo (RDC), Etiópia, Gab?o, Quênia, Malauí, Marrocos, Níger, Nigéria, Senegal, áfrica do Sul, Sud?o, Tunísia e Uganda.

Os dados da pesquisa mostram varia??es significativas na disposi??o entre os países e nas cinco regi?es do continente, de 94 e 93 por cento na Etiópia e Níger, respectivamente, para 65 e 59 por cento no Senegal e na República Democrática do Congo (RDC), respectivamente.

A rejei??o de uma vacina de Covid-19 parece estar ligada à desinforma??o, pois a maioria dos que disseram que n?o tomariam a vacina acredita que a doen?a é causada pelo homem, n?o existe ou é exagerada e n?o representa um problema sério. Outros acham que n?o correm o risco de serem infectados pelo vírus, enquanto outros acreditam que remédios naturais e alternativos s?o mais seguros do que vacinas, revelou a pesquisa.

O estudo também indicou que os indivíduos que tiveram um teste positivo de Covid-19, agora acreditam que n?o precisam de uma vacina porque pensam que ficaram imunes à doen?a e n?o podem mais ser infectados.

Observando que antes da pandemia de Covid-19, houve um declínio global na aceita??o e absor??o de vacina devido às dúvidas sobre a eficácia e seguran?a e a dissemina??o de informa??es incorretas sobre as vacinas, o CDC áfrica enfatizou que a pandemia de Covid-19 "exacerbou ainda mais polêmicas em torno das vacinas como medida preventiva contra doen?as infecciosas".

O estudo foi, portanto, conduzido para investigar o conhecimento público e as percep??es sobre a pandemia e a vacina de Covid-19, identificando assim lacunas de conhecimento, cren?as culturais e atitudes para informar as interven??es para pré-implanta??o de vacinas em todo o continente.

De maneira geral, a disposi??o ou n?o de tomar uma vacina de Covid-19 dependia principalmente da confian?a nas vacinas, bem como das percep??es de sua importancia, seguran?a e eficácia, revelou o estudo.

A seguran?a foi de extrema considera??o, em média 18 por cento dos entrevistados acreditavam que as vacinas geralmente n?o s?o seguras e 25 por cento acreditavam que uma vacina de Covid-19 n?o seria segura.

Alguns dos entrevistados expressaram desconfian?a nas vacinas em geral, enquanto outros expressaram desconfian?a em uma vacina de Covid-19 especificamente.

Os entrevistados que s?o mais velhos, aqueles que conhecem alguém com teste positivo para Covid-19 e aqueles que vivem em áreas rurais est?o mais inclinados a tomarem a vacina de Covid-19 do que os mais jovens, aqueles que n?o viram o Covid-19 afetando ninguém, e aqueles que vivem em áreas urbanas, de acordo com o estudo.

"Esta pesquisa é uma revela??o que oferece evidências científicas críticas para orientar as interven??es do CDC áfrica, Estados-membros e parceiros para a otimiza??o da absor??o da vacina de Covid-19 em todo o continente", disse John Nkengasong, diretor do CDC áfrica.

De acordo com o CDC áfrica, os resultados destacam a necessidade crítica de envolvimento estratégico em nível da comunidade para lidar com a desaprova??o de longo prazo para vacinas e hesita??o em tomar uma vacina de Covid-19 entre alguns segmentos da popula??o.

No sábado, o número de casos confirmados de Covid-19 no continente africano chegou a 2.469.101, com o número de mortos devido à pandemia subindo para 58.313, de acordo com os últimos dados do CDC áfrica.