O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira que s?o os laboratórios que desenvolvem vacinas contra a doen?a do novo coronavírus (COVID-19) que têm que contatar o governo para vender seus produtos e n?o o contrário.
Em declara??es a um grupo de apoiadores que lhe perguntaram quando o Brasil come?ará a vacinar sua popula??o, como já acontece em vários países, Bolsonaro ressaltou que nenhuma empresa farmacêutica apresentou ainda o pedido para que a Agência Nacional de Vigilancia Sanitária (Anvisa) autorize seu uso no Brasil.
"O Brasil tem 210 milh?es de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios n?o tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles n?o apresentam documenta??o na Anvisa? Tem gente que diz que tenho que ir atrás. N?o! Quem quer vender é que tem", disse Bolsonaro na porta do Palácio do Planalto, em Brasília.
O presidente acrescentou que a autoriza??o para usar as vacinas no Brasil necessita de tempo e n?o pode ser feita com pressa.
"Escrevi hoje que n?o estava preocupado com a press?o. Disse que porque temos que ter responsabilidade, certas coisas n?o podem ser feitas correndo, você está brincando com a vida do próximo. A imprensa me criticou duramente. Agora, se eu digo 'corre aí' para a Anvisa, que é um órg?o de Estado, v?o dizer que estou interferindo", enfatizou.
Apesar de o Brasil ser o segundo país do mundo com mais mortes por COVID-19 e o terceiro em número de casos, a Anvisa ainda n?o recebeu nenhum pedido para autorizar o uso de vacinas contra o vírus no Brasil.
Nesta segunda-feira, a farmacêutica Pfizer informou que a Anvisa lhe pediu "análises específicas" que demandam mais tempo para requerer o uso emergencial do imunizante e que, por enquanto, seguirá com o processo de submiss?o contínua, encaminhando os dados técnicos da vacina à Anvisa à medida que forem gerados.
Até agora, o governo brasileiro fez um acordo com a AstraZeneca para comprar 100,4 milh?es de doses até julho e mais 30 milh?es no segundo semestre. O acordo prevê a transferência de tecnologia para que o Brasil produza a vacina em seu território, com a estimativa de fabricar 160 milh?es de doses.
Brasil também tem outro acordo com a iniciativa mundial Covax Facility, da Organiza??o Mundial da Saúde (OMS) e que prevê adquirir 42,5 milh?es de doses.
Segundo o último balan?o divulgado nesta segunda-feira pelo governo brasileiro, a COVID-19 já causou a morte de mais de 191 mil pessoas e infectou mais de 7,5 milh?es. Fim