A América Latina atingiu níveis sem precedentes de pobreza e extrema pobreza em 2020, n?o vistos nos últimos anos devido à pandemia de COVID-19, afirmou na quinta-feira a Comiss?o Econ?mica das Na??es Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
A secretária-executiva da CEPAL, Alicia Barcena, apresentou virtualmente a nova edi??o do relatório anual do Panorama Social da América Latina 2020.
"A pandemia destacou e exacerbou grandes lacunas estruturais na regi?o e, atualmente, a regi?o vive um momento de grande incerteza onde n?o está definido nem o caminho nem a velocidade para sair da crise", afirmou ela.
Segundo a agência da ONU, as taxas de emprego e de participa??o laboral na regi?o caíram no ano passado, principalmente entre as mulheres, devido à emergência sanitária e às restri??es impostas para prevenir a propaga??o do vírus.
Diante desse cenário, o relatório destacou a urgência de "investir neste setor para enfrentar a crise, garantir o direito de cuidar e receber, bem como para reativar a economia na perspectiva da igualdade e do desenvolvimento sustentável".
A CEPAL estimou em seu relatório que ao final de 2020 havia 209 milh?es de pobres na regi?o, 22 milh?es a mais que no ano anterior, ao mesmo tempo em que assinala que persistem disparidades entre os grupos populacionais, com maior pobreza nas áreas rurais de crian?as e jovens, bem como entre indígenas, afrodescendentes e pessoas com menor escolaridade.
Sobre isto, o relatório apelou à garantia da prote??o social universal como pilar central do "estado de bem-estar", ao mesmo tempo que apelava à implementa??o a curto prazo ou continua??o de subsídios monetários de emergência, tais como rendimento básico de emergência, vales contra fome e fundos femininos.
O relatório acrescentou que, a médio e longo prazo, se deve avan?ar rumo a uma renda básica universal, com prioridade para as famílias com crian?as e adolescentes, bem como um compromisso com sistemas de prote??o social universais, integrais e sustentáveis ??e maior cobertura.