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Pró-Reitor da Universidade do Porto: aprendizagem da língua chinesa me tornará mais próximo e mais íntimo da China

Fonte: Diário do Povo Online    20.04.2021 14h24

por Jo?o Veloso

Neste ano, juntei-me ao grandioso grupo de vários milh?es de pessoas que, em todo o mundo, têm o privilégio de estudar Chinês.

Tenho ainda poucos meses de prática, mas posso dizer que, do ponto de vista pessoal e profissional, a aprendizagem desta língua me trouxe uma das experiências mais ricas da minha vida.

Eu sou linguista, sou professor de Linguística na Universidade do Porto, e durante toda a minha carreira estudei sobretudo o português, que é a minha língua materna, e outras línguas aparentadas com o português.

Por raz?es profissionais, tenho colaborado com a instala??o do Instituto Confúcio na Universidade do Porto – e essa tem sido também uma das experiências mais significativas e mais importantes do meu trabalho e da minha vida, como linguista, como professor e como pessoa.

Trabalhar com o pessoal chinês do Instituto Confúcio do Porto e com os colegas das nossas institui??es parceiras foi uma das raz?es que me levaram a inscrever-me nas aulas de Mandarim, mas houve outras raz?es para esta op??o.

Há muito tempo que alimento uma admira??o muito especial pela cultura chinesa. Tive, na infancia, muitos amigos macaenses e cresci, por raz?es que agora n?o vou recordar, rodeado de inscri??es com caracteres chineses cuja beleza e cujo mistério sempre me fascinaram. Sempre gostei de artes marciais orientais, de ler livros passados na China, de comer comida chinesa, de ouvir música chinesa… Mais tarde, as visitas que pude fazer a várias cidades da China deram-me a conhecer um país que eu já admirava e que aprendi a apreciar de forma cada vez mais direta e mais intensa.

 A minha vontade, pessoal e profissional, de estudar uma língua t?o diferente das línguas que já conhecia anteriormente encontrou ent?o, nestes últimos meses, uma conjuga??o de motivos e de motiva??es para realizar finalmente um sonho antigo.

 N?o é segredo que, para conhecermos bem um país, um povo, uma cultura, é imprescindível perceber o código linguístico no qual, noutras paragens, se traduzem os pensamentos e as emo??es, as trocas, os debates e os ensinamentos.

Foi assim que dei o passo de come?ar a ter aulas de Mandarim no Instituto Confúcio na Universidade do Porto, o que está a ser, como já disse, uma experiência que superou todas as minhas expectativas iniciais. Tenho tido aulas muito boas e a aprendizagem de uma língua como a língua chinesa tem-se revelado uma fonte constante de estímulo intelectual, de desafio cognitivo, de aprendizagem intensa e também de muito prazer.

Sinto – ou melhor: tenho a certeza de que – o acesso mais direto à literatura, à informa??o e ao mundo de língua chinesa através da aprendizagem deste idioma me tornará mais próximo e mais íntimo desse grande país que é a China, um país que sabe honrar o seu passado, construir o seu presente e preparar o seu futuro de um modo sábio e frutífero.

Trabalhando de perto com institui??es e com colegas chineses, visitando diretamente as cidades e as universidades da China, pude ver como o Ocidente conhece afinal muito pouco (e muito mal) essa grande na??o e esse grande povo.

No Ocidente, tendemos a pensar na China sobretudo como um país rico em antiguidades. é certo que a China pode orgulhar-se de uma cultura milenar, de uma língua e de um sistema de escrita que, ao longo dos séculos, construiu uma vis?o filosófica do mundo com um valor interpretativo muito profundo. O povo chinês pode orgulhar-se da arte, da literatura, da filosofia e da ciência que lhe permitiram a constru??o de uma civiliza??o única sem a qual o mundo, hoje, seria um mundo amputado.

Mas a China pode orgulhar-se também, e muito – muitíssimo! –, do seu presente. O que eu admiro muito na China é a forma como um país com a sua dimens?o geográfica e demográfica conseguiu, efetivamente, erradicar a fome, a pobreza, o analfabetismo e o desemprego. Pacificamente, sem querer impor-se pela for?a a nenhum país próximo ou distante, a China construiu uma sociedade produtiva e rica. Harmonizando valores ancestrais com o progresso moderno, a China deu prioridade àquilo que outros países do mundo deveriam aprender a fazer também: a prosperidade do povo; o investimento na saúde, na educa??o, na ciência, na tecnologia e na cultura; a dignifica??o do trabalho e do estudo; a preserva??o de valores como a honra, a seriedade, a honestidade, o civismo, a disciplina, a responsabilidade e o respeito pelo bem comum.

Eu fui educado a respeitar o trabalho e a aprendizagem como fontes fundamentais da dignidade humana. Na China, encontrei esse valor elevado a um patamar absoluto e pacificamente integrado no quotidiano das pessoas que se sentem parte de uma obra em constru??o, contribuindo cada qual com o seu esfor?o. Quando estou na China ou quando trabalho com colegas e amigos chineses fora da China, gosto de pequenos grandes detalhes como o brio, o sentido de dever, a pontualidade, a responsabilidade, a cortesia e a humildade com que as pessoas se juntam em torno do mesmo objetivo, se respeitam e se empenham para remarem juntas em dire??o a um objetivo comum de que todos beneficiam.

Também gosto muito de pensar naquilo que, há muitos séculos, aproxima chineses e portugueses. Apesar de todas as inevitáveis diferen?as que países e povos geográfica e culturalmente t?o distantes têm de ter, vejo sempre com agrado que, em coisas muito essenciais, o que valorizamos em Portugal e na China s?o frequentemente as mesmas coisas simples e importantes (simplesmente importantes e importantemente simples). Portugueses e chineses usam a mesma palavra – “chá” – para designar a bebida mais reconfortante do mundo e foi da China que os portugueses trouxeram a bebida e a palavra e as deram a conhecer a tantos outros povos e países deste lado do mundo. Chineses e portugueses têm o mesmo amor à paz, à hospitalidade. Chineses e portugueses d?o o mesmo valor à família e à casa, à língua e aos poetas, à comida e às refei??es como ocasi?es de convívio, de abertura e de fraternidade.

O chinês e o português contam-se entre as línguas mais faladas no mundo. Muitos chineses estudam Português na China, em Portugal e noutros países (nomeadamente, como é óbvio, noutros países de língua portuguesa). De forma pouco compreensível, até há bem pouco tempo o interesse dos portugueses pelo estudo da língua chinesa – e também pelo estudo da história da China, da literatura e da cultura da China, da atualidade da China –, ou, pelo menos, as oportunidades para em Portugal se estudar a língua e a realidade chinesas, eram relativamente escassas. Registo com muita alegria e com muita satisfa??o que essa situa??o está a mudar. Hoje, cada vez mais universidades, institutos politécnicos, escolas e outras institui??es oferecem cursos de Chinês em Portugal. Hoje, cada vez mais portugueses procuram aprender esta língua t?o bonita e t?o única e que fomenta la?os de proximidade e de amizade com um país t?o fértil como a China.

Como já afirmei antes, a partilha das línguas é um primeiro passo para a partilha de muitos outros valores preciosos. Quanto melhor conhecermos e estudarmos o chinês, mais e melhor conheceremos esse povo há quinhentos anos amigo dos portugueses que é o povo chinês. Fico muito feliz por poder contribuir simultaneamente para o aumento do número de chineses a estudar Português e para o aumento do número de portugueses que aprendem Chinês. Considero esta coincidência uma grande sorte na minha vida e, assim como me regozijo pela quantidade e pela qualidade de especialistas de Português na China, fa?o votos muito fortes e muito sinceros para que o número de sinólogos portugueses cres?a de ano para ano e de dia para dia.

Por todas estas raz?es, associo-me com alegria e com amizade aos festejos do Dia Mundial da Língua Chinesa. O facto de a ONU, a organiza??o em que todos os países est?o em pé de igualdade na defesa da paz e da compreens?o entre os povos, ter escolhido o mandarim como uma das suas línguas oficiais e ter adotado um dia para celebrá-lo é uma prova do valor que esta língua deve ter – melhor dito: que esta língua tem! – para a Humanidade; e é um indício de como à China cabe um papel insubstituível no progresso do mundo.

Com todo o respeito pelos poetas e pelos artistas que elevaram esta língua, por todos os filósofos e cientistas que com ela expuseram pensamentos que iluminam a nossa existência, por todos os sábios que a estudaram e, sobretudo, com todo o respeito e admira??o pelo povo que, unido por esta língua, construiu, com esfor?o e com sacrifício, um país t?o admirável, desejo a todos os falantes e a todos os estudantes de Chinês um Feliz Dia Mundial da Língua Chinesa.

(O autor é o Diretor Português do Instituto Confúcio na Universidade do Porto, Professor e Pró-Reitor da Universidade do Porto) 

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