A Secretaria de Saúde do estado brasileiro do Maranh?o (nordeste) confirmou nesta quinta-feira os primeiros casos oficiais no país da cepa indiana do vírus Sars-CoV-2, causador da COVID-19.
A informa??o foi divulgada em uma entrevista à imprensa pelo secretário Carlos Lula, que também é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Os infectados s?o tripulantes de um navio procedente da áfrica do Sul, fretado pela empresa Vale para transporte de carregamento de minério de ferro que deveria ter atracado no Porto da Madeira, em S?o Luís, capital do Maranh?o.
Segundo Lula, 15 membros da tripula??o contraíram o vírus e 14 deles est?o isolados na própria embarca??o, que está em alto mar, a cerca de 35 km de S?o Luís. Somente um tripulante de 54 anos, de nacionalidade indiana continua internado em um hospital privado da capital do Maranh?o e seu quadro de saúde é estável.
Segundo o secretário, após a coleta de amostras, que foram analisadas pelo Instituto Evandro Chagas, foi confirmado que o tripulante internado e mais cinco est?o com a variante indiana do coronavírus, chamada de B.1.617, que é mais transmissível e ainda n?o tinha sido registrada no país.
"A variante já estava presente em 51 países e aqui na América do Sul só estava presente na Argentina. O Brasil acaba sendo o segundo país da América do Sul com confirma??o da cepa", disse o secretário.
Ainda segundo Carlos Lula, 100 pessoas que tiveram contato com os tripulantes infectados ser?o testadas, acompanhadas e isoladas.
De acordo com a Organiza??o Mundial da Saúde (OMS), a variante indiana do novo coronavírus está sendo classificada como um tipo digno de preocupa??o mundial, devido apresentar uma ou duas muta??es nos genes que codificam a espícula, proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por conectar-se aos receptores das células humanas e dar início à infec??o.
A OMS disse que a cepa B.1.617 foi identificada pela primeira vez na índia em dezembro, embora tenha sido detectada uma vers?o anterior em outubro de 2020.