Chen Siyin, uma aluna chinesa afirmou que, se conseguir se matricular na universidade dos seus sonhos, seu rigoroso cronograma de estudos nos últimos anos terá valido a pena.

Nos últimos três anos, a jovem de 18 anos da Escola Secundária Wuhan, na província de Hubei, centro da China, levantou-se antes das 6 da manh? e foi dormir depois da meia-noite enquanto se preparava para o exame nacional de admiss?o à faculdade, conhecido na China por “Gaokao”.

Espera-se que um recorde de 10,78 milh?es de estudantes em toda a China participem do Gaokao deste ano, que come?a na segunda-feira e terá uma dura??o de dois a quatro dias, dependendo do local.

Estudantes de oito regi?es de nível provincial － Hebei, Liaoning, Jiangsu, Fujian, Hubei, Hunan, Guangdong e Chongqing － se apresentar?o para o "novo Gaokao" este ano, marcando o terceiro grupo de regi?es piloto na China a implementar uma reforma abrangente do exame. Zhejiang e Shanghai implementaram a reforma em 2017, e Beijing, Tianjin, Shandong e Hainan seguiram o exemplo no ano passado.

A reforma permite que os alunos tenham mais op??es de exames － até 12 combina??es de disciplinas, em vez das duas op??es entre artes liberais e disciplinas de ciências － de acordo com seus hobbies, interesses e disciplinas especializadas.

As oito regi?es adotaram um programa "3 1 2": três testes obrigatórios, chinês, matemática e uma língua estrangeira; um teste quase eletivo, uma escolha entre física e história; e dois testes eletivos escolhidos em quatro disciplinas - política, geografia, química e biologia.

Chen escolheu história, política e biologia porque acredita que s?o suas áreas mais fortes.

"Ainda prefiro disciplinas de artes liberais, mas n?o era boa em geografia, ent?o escolhi biologia", disse.

Ela espera ter escolhido as disciplinas corretas e deseja estudar política na Universidade Normal Central da China, em Wuhan, Hubei, e se tornar professora de política após a formatura.

Zhao Zhuoya, uma estudante de gradua??o do primeiro ano da Universidade Renmin da China em Beijing, fez o novo Gaokao em Tianjin no ano passado. Ela estudou história, política e geografia em suas disciplinas eletivas.

“Embora eu tenha escolhido todas as três disciplinas de artes liberais, eu estava determinada a manter as escolhas depois de pesar as diferentes disciplinas”, afirmou.

Zhao teve a oportunidade de fazer o teste de inglês duas vezes como parte da reforma do Gaokao em Tianjin, com a pontua??o mais alta refletida em sua pontua??o total. Ela disse que tirou uma nota melhor na primeira prova em mar?o, o que lhe deu mais tempo para se preparar para outras disciplinas.

Fa Xiaolin, um professor titular de uma escola de ensino médio de Wuhan, disse que a reforma permitiu que os alunos tivessem mais voz em seu futuro e pensassem mais sobre sua carreira desde cedo. O exame costumava ser criticado por obrigar os alunos a escolher entre artes liberais e ciências desde cedo.

Oferecendo mais op??es aos alunos, a reforma também abriu caminho para um desenvolvimento mais personalizado, permitindo que eles estudem assuntos pelos quais sentem paix?o, disse.

Fa, que leciona no ensino médio há mais de 20 anos, disse que os alunos hoje est?o mais conscientes de seus interesses e n?o se sentem inibidos de falar sobre suas preferências.

"Como a economia da China cresceu rapidamente nos últimos anos e com mais oportunidades de emprego surgindo, o Gaokao n?o é t?o decisivo para o destino de alguém como acontecia no passado, e tanto alunos como pais têm uma atitude mais racional em rela??o ao exame", disse.

No entanto, ainda é um exame importante, pois oferece aos alunos acesso a recursos de educa??o de qualidade, que lhes d?o mais oportunidades de conseguir bons empregos, explica.

Os estudantes de áreas rurais e locais que acabaram de sair da pobreza extrema continuar?o a desfrutar de políticas favoráveis ao se inscreverem nas principais universidades este ano, de acordo com o Ministério da Educa??o.

Os planos especiais de matrícula continuar?o a permitir que mais estudantes de áreas rurais e antes empobrecidas possam ir para as principais universidades e faculdades, disse o ministério em um aviso em abril.