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Obrigado Professor Severino Cabral

Fonte: Diário do Povo Online    22.07.2021 10h03

Hangzhou, 21 de julho de 2021

José Medeiros da Silva

Nas primeiras horas da madrugada (ainda uma tarde do dia 20 no Brasil), recebi de um grupo de amigos a notícia de que o Professor Severino Cabral havia nos deixado. Natural de Vitória, no Espírito Santo, dedicou longos anos da sua vida ao estudo da China. Doutor pela Universidade de S?o Paulo (USP), trabalhou os últimos anos de sua vida como professor na Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro. Seu legado intelectual certamente será continuado por muitos dos seus admiradores.

Em 2016, Severino Cabral participa do Seminário de Macau e o Intercambio Sino-Luso-Brasileiro, realizado na Universidade de Economia e Negócios Internacionais de Beijing

Poucos no Brasil conheciam a política chinesa como o professor Severino. De forma humilde e sem arroubos, trabalhou incansavelmente para o fortalecimento dessas rela??es. Por exemplo, gra?as aos seus esfor?os o livro A Forma??o Econ?mica do Brasil, de Celso Furtado, fosse traduzido para o chinês. Também trabalhou incansavelmente para que nesse diálogo entre Brasil e China considerássemos a Regi?o Administrativa de Macau. Nessa perspectiva, organizou e participou de diversos seminários acadêmicos em Macau, Beijing e no Rio de Janeiro, sempre em colabora??o com o professor Wang Chengan, ex-secretário-geral do Fórum de Macau e pesquisador da Universidade de Economia e Negócios de Beijing (UIBE), e com os acadêmicos Jorge Rangel e José Lobo do Amaral, do Instituto Internacional de Macau (IIM), entre outros. Aliás, em 2017, um desses seminários foi realizado na Universidade de Estudos internacionais de Zhejiang, meu local de trabalho.

Em 1994, depois de retornar de uma miss?o acadêmica à ásia organizada pelo Ministério das Rela??es Exteriores do Brasil (MRE), em carta endere?ada ao Chefe do Departamento de ásia e Oceania do MRE, o ministro Sérgio Barbosa Serra, o professor Severino fez as seguintes observa??es: “O conhecimento da China e da ásia é um desafio maior para o nosso mundo universitário n?o só por conta da diferen?a cultural e linguística como pela enorme distancia geográfica que impede a troca e a circula??o rotineira de informa??es. O que agrava as distor??es e as carências da análise prospectiva sobre o mundo asiático, reconhecido muitas vezes através do prisma enviesado de percep??es n?o coincidentes como o angulo de observa??o mais adequado aos interesses (de uma) maior inser??o brasileira na cena internacional (China, uma vis?o brasileira. Instituto Internacional de Macau, 2013). Aliás, essa constru??o de um olhar brasileiro para a ásia, em especial para a China, era uma constante nas suas reflex?es e ensinamentos.

Pessoalmente, assim que comecei meus estudos acadêmicos sobre a China, ainda no final dos anos 90, passei a ter contato com o professor Severino. No início dos anos 2000, juntos com dois professores chineses da Universidade de S?o Paulo, Chen e David, o visitamos no Rio de Janeiro. Desde ent?o, nossa amizade foi crescendo e suas li??es intensificadas. Já aqui na China, nosso primeiro encontro foi em Beijing, quando eu ent?o trabalhava na Rádio Internacional da China.

Em 2015 mudei-me para Hangzhou, onde o recebi em duas oportunidades. Em uma dessas, ficou comigo quatro dias. Foram horas e horas de conversa, em casa e nas ruas da cidade. Felizmente, com a sua permiss?o, gravei várias horas desses nossos encontros e certamente muitas de suas li??es continuar?o a ecoar por várias gera??es.

Amigável, elogiava nosso progresso intelectual, como nos estimulando a aprofundarmos mais ainda nossos estudos. E, também, sutilmente nos alertava sobre possíveis incongruências nas ideias ou nas análises de determinadas realidades geopolíticas.

Em 2018, o autor (esquerdo)posa com Severino Cabral na Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro

Nosso último encontro presencial foi em 2018, quando o visitei na Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro. Nossa última mensagem foi no dia 2 de julho, quando ela mandou uma mensagem elogiando um pequeno artigo que escrevi sobre as três principais conquistas do Partido Comunista da China em seus 100 anos de existência. Dizia ele: “Meu amigo, quero parabenizá-lo pelas declara??es expressas sobre o acontecimento da funda??o do PCCh”. E assim foi o meu agradecimento: “Obrigado meu amigo e professor Severino. Você bem sabe que parte das minhas reflex?es (sobre a China) s?o resultados dos seus ensinamentos...”

Agora que o meu cora??o está muito sentido e os olhos ainda insistem em lacrimejar quero apenas dizer obrigado professor Severino Cabral por nos apontar o caminho para os estudos de China com uma perspectiva bem brasileira. Suas li??es e exemplos continuar?o vivos na nossa memória e nos nossos esfor?os para que, com base em conhecimentos objetivos, as rela??es entre o Brasil e a China possam caminhar em bases sólidas.

José Medeiros da Silva, doutor em Ciência Política, é pesquisador do Instituto de Estudos de América Latina na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang e professor do departamento de português na referida universidade. 

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