O relacionamento China-EUA está em um impasse, fundamentalmente porque alguns americanos retratam a China como um "inimigo imaginário", disse Xie Feng, vice-ministro das Rela??es Exteriores chinês, urgindo que os Estados Unidos mudem sua mentalidade altamente equivocada e política perigosa.
Xie deu as declara??es nesta segunda-feira durante uma conversa com a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, que está em uma visita à cidade portuária de Tianjin, no norte da China, de 25 a 26 de julho.
Por muito tempo, ao falar sobre o conflito com a China e os desafios à frente dos Estados Unidos, o "momento Pearl Harbor" e o "momento Sputnik" têm sido mencionados por alguns americanos, disse Xie.
Alguns acadêmicos internacionais, incluindo os norte-americanos, percebem isso como uma compara??o entre a China e o Jap?o na Segunda Guerra Mundial e a Uni?o Soviética na Guerra Fria. Parece que, ao fazer da China um "inimigo imaginário", um senso nacional de propósito seria reacendido nos Estados Unidos. A esperan?a pode ser que, ao demonizar a China, os EUA possam de alguma forma mudar o descontentamento político interno com quest?es políticas, econ?micas e sociais e culpar a China por seus próprios problemas estruturais, observou Xie.
Segundo ele, parece que uma campanha de todo o governo e de toda a sociedade está sendo travada para derrubar a China. é como se, caso o desenvolvimento da China fosse contido, todos os desafios internos e externos dos EUA desapareceriam e a América voltaria a ser grande de novo e a Pax Americana continuaria.
LA?OS BILATERAIS
Em termos da retórica "competitiva, colaborativa e adversária" dos Estados Unidos, Xie afirmou que esta é uma tentativa ligeiramente velada de conter e suprimir a China.
O povo chinês sente que a ênfase real está no aspecto adversário, o aspecto colaborativo é apenas um expediente e o aspecto competitivo é uma armadilha narrativa, acrescentou.
A política dos EUA parece exigir coopera??o quando querem algo da China; dissociar, contar suprimentos, bloquear ou sancionar a China quando acreditam que têm uma vantagem; e recorrer a conflitos e confrontos a todo custo, acrescentou Xie.
"Parece que os EUA só pensam em atender as suas próprias preocupa??es, obtendo os resultados que desejam e defendendo seus próprios interesses. Fa?a coisas ruins e consiga bons resultados. Como isso é possível?"
De acordo com Xie, o que o mundo mais precisa é de solidariedade e coopera??o, pois a humanidade está no mesmo barco.
"O povo chinês aprecia a paz", disse Xie, acrescentando que o que a China espera construir é um novo tipo de rela??es internacionais com respeito mútuo, igualdade, justi?a e coopera??o de ganho recíproco, e uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
"A China quer trabalhar com os Estados Unidos para buscar um terreno comum e, ao mesmo tempo, adiar as diferen?as", assinalou ele.
O lado norte-americano deve mudar o curso e trabalhar com a China com base no respeito mútuo e abra?ar a concorrência leal e a coexistência pacífica com a China.
"Afinal, um relacionamento saudável e estável entre a China e os EUA atende aos interesses de ambas as partes. E o mundo n?o espera nada menos dos dois lados", acrescentou Xie.
A chamada "ordem internacional baseada em regras" do lado norte-americano é projetada para se beneficiar à custa dos outros, reter outros países e introduzir "a lei da selva", apontou Xie.
Isso é um esfor?o dos Estados Unidos e de alguns outros países ocidentais para enquadrar suas próprias regras como regras internacionais e imp?-las a outros países.
Os EUA abandonaram o direito e a ordem internacionais universalmente reconhecidos e danificaram o sistema internacional que ajudaram a construir, de acordo com Xie. "Eles est?o tentando substituí-lo com uma chamada 'ordem internacional baseada em regras'."
"O objetivo é recorrer à tática de mudar as regras para tornar a vida mais fácil para si e difícil para os outros, e introduzir a 'lei da selva' em que existe o direito do mais forte e o grande intimida o pequeno", acrescentou.
DIPLOMACIA COERCIVA
Segundo Xie, os Estados Unidos s?o o "inventor, o proprietário de patentes e de propriedade intelectual" da diplomacia coerciva.
Os chineses acreditam que n?o se deve fazer aos outros o que n?o gostaria que os outros fa?am. O desejo de buscar hegemonia ou expans?o territorial simplesmente n?o está no DNA chinês, disse Xie.
"A China nunca coagiu nenhum país", disse Xie, acrescentando que a China responde à interferência estrangeira com contramedidas legítimas e legais e que o objetivo é defender os direitos e interesses legítimos do país e manter a equidade e a justi?a internacionais.
De acordo com ele, a China nunca foi à porta de terceiros para provocar problemas. Nem a China jamais colocou a m?o na casa dos outros e muito menos a China ocupou qualquer centímetro do território de outros países.
"Foram os Estados Unidos que se envolveram em amplas san??es unilaterais, jurisdi??o de longo alcance e interferência nos assuntos internos de outros países," acrescentou.
A no??o norte-americana de "envolver outros países a partir de uma posi??o de for?a" é apenas outra vers?o de o grande intimida o pequeno e "o direito do mais forte". Isso é puramente uma diplomacia coerciva, acrescentou ele.