
Apoiadores do presidente brasileiro Jair Bolsonaro derrubaram um bloqueio policial na noite de segunda-feira, no centro de Brasília, na véspera de grandes manifesta??es que deixaram o país ao rubro.
Lutando contra um recorde de inquéritos, Bolsonaro procurou mobilizar sua base, principalmente em Brasília e S?o Paulo. O líder de extrema direita compareceu a dois comícios na ter?a-feira, o Dia da Independência do Brasil, aumentando a press?o sobre o Supremo Tribunal Federal e o juiz Alexandre de Moraes, que promoveram investiga??es que decorrem contra ele e seu círculo íntimo.
Centenas de pessoas que chegaram para participar dos protestos de ter?a-feira "romperam as barreiras de conten??o" e entraram na avenida de acesso aos prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a Polícia do Distrito Federal.
O governo do distrito federal organizou uma opera??o com 5.000 policiais para proteger prédios públicos e ajudar a evitar distúrbios.
Os manifestantes da oposi??o realizaram seus próprios comícios rivais, criticando o atual presidente pelas amea?as lan?adas contra o poder judiciário. Várias vozes do panorama político brasileiro se juntaram às críticas ao presidente, incluindo Jo?o Doria, o governador de S?o Paulo, que pela primeira vez se pronunciou publicamente a favor do impeachment do presidente.
Bolsonaro, cuja popularidade está em baixa, procurou disparar sua base em face de uma economia em declínio e do impacto da pandemia.
Bolsonaro, um ex-capit?o do Exército, de 66 anos, abertamente nostálgico da ditadura militar brasileira (1964-1985), alertou seus defensores que sua "democracia" e "liberdade" estavam sob amea?a dos poderes que est?o em Brasília.
“A partir de hoje uma nova história come?a a ser escrita aqui no Brasil”, disse, durante o comício na capital, onde abriu o dia com o hasteamento da bandeira e sobrev?o da For?a Aérea.
Com apoiadores da linha dura pedindo uma interven??o militar para dar poder irrestrito a Bolsonaro, houve temores de que o dia pudesse se tornar violento, com ecos do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos por partidários do ex-presidente Donald Trump - a quem Bolsonaro é frequentemente comparado.
Bolsonaro dobrou seus ataques ao sistema de vota??o eletr?nica do Brasil, dizendo a uma multid?o massiva em S?o Paulo que ele se recusaria a participar de uma "farsa" eleitoral em 2022.
“Queremos elei??es limpas e democráticas ... N?o posso participar de uma farsa como a que está sendo patrocinada pelo Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou.
Alvo de quatro inquéritos no STF e um na Justi?a Eleitoral por ataques ao sistema eleitoral, divulga??o de documento sigiloso, defesa da difus?o de mensagens antidemocráticas, por uma suposta ingerência na Polícia Federal e por alegada prevarica??o na compra de vacinas contra a Covid-19, Bolsonaro afirma: "Eu tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, ser morto ou a vitória", tendo descartado a primeira op??o.