Devido às mudan?as globais jamais vistas em um século e à transforma??o tecnológica provocada pela pandemia da Covid-19, a China está bem posicionada para liderar a indústria de transporte marítimo internacional no estabelecimento de um centro mundial de inova??o e conhecimento para o transporte sustentável, disseram as autoridades e membros da indústria em um fórum na quarta-feira (20).
O primeiro Fórum Mundial de Comerciantes Marítimos, com o tema “l(fā)iderando a tendência”, foi organizado pelo China Merchants Group, o Conselho Marítimo Internacional e do Báltico (BIMCO, na sigla em inglês), a Camara Internacional de Navega??o e a Associa??o dos Armadores de Hong Kong. O fórum visa expandir a coopera??o na cadeia de transporte marítimo, promover o compartilhamento de recursos e estabelecer uma nova ecologia global de transporte em meio às grandes mudan?as de digitaliza??o e descarboniza??o.
"A indústria naval desempenha um papel importante na economia do país e no comércio global, apoiando a circula??o doméstica e contribuindo para a globaliza??o econ?mica", disse Li Xiaopeng, ministro dos transportes da China, no fórum. "Embora conquistas significativas tenham sido realizadas ao longo dos anos, os desafios permanecem".
Ele prop?s fortalecer a coopera??o por meio da constru??o de infraestrutura e sinergia de política dentro da indústria de transporte marítimo internacional para construir a Rota da Seda Marítima do século 21.
O papel da indústria naval na economia global é t?o crucial quanto os vasos sanguíneos para o corpo humano, já que cerca de 90% das mercadorias comercializadas s?o transportadas por água, disse Yin Zonghua, vice-diretor do Escritório de Liga??o do Governo Popular Central na Regi?o Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK).
Com o centro de gravidade econ?mico mundial mudando para a China e o Leste Asiático após a pandemia, a China tem as redes de transporte marítimo mais conectadas do mundo, disse Yin, observando que a China é o maior parceiro comercial de mais de 120 países e regi?es em todo o mundo e tem sete dos 10 maiores portos do mundo.
Ele acrescentou que Hong Kong tem um papel mais importante a desempenhar como centro marítimo internacional e porta de entrada para o comércio entre o continente chinês e o resto do mundo.
Em meio à otimiza??o da cadeia industrial da China, o comércio com os países vizinhos se tornou cada vez mais próximo, disse Xu Lirong, presidente da China COSCO Shipping Corp. Nos primeiros oito meses deste ano, as importa??es e exporta??es da China para países membros da Associa??o das Na??es do Sudeste Asiático (ASEAN) alcan?ou 3,59 trilh?es de yuans (US$ 562 bilh?es), um aumento de 22,8% com rela??o ao ano anterior, disse ele.
O acordo de Parceria Econ?mica Abrangente Regional (RCEP, na sigla em inglês) também consolida ainda mais a posi??o da China como um centro da cadeia de abastecimento global, disse Xu, acrescentando que o acordo tem grande potencial para impulsionar o comércio global.
O acordo RCEP foi assinado por 15 países da ásia-Pacífico, incluindo China e 10 estados membros da ASEAN, em novembro do ano passado. Cobre cerca de 30% do produto interno bruto, comércio e popula??o mundial. O investimento direto da China nos países membros do RCEP atingiu US$ 15,44 bilh?es em 2020, aumentando 34% com rela??o ao ano anterior, de acordo com Xu.
No entanto, a indústria naval ainda enfrenta gargalos e obstáculos, disse Miao Jianmin, presidente do China Merchants Group, referindo-se a um desequilíbrio estrutural e grande volatilidade das opera??es comerciais, uma inadequa??o para se adaptar a emergências e desafios na realiza??o de descarboniza??o industrial.
Esben Poulsson, presidente da Camara Internacional de Navega??o, disse: "embora existam algumas novas tecnologias muito promissoras para emiss?es zero (de carbono), a realidade é que estamos longe de ter todas as respostas".