Um enviado da ONU disse na ter?a-feira que os parceiros de Mali devem ajudar a estabelecer as bases para uma estabilidade duradoura no país sem litoral desgastado na áfrica Ocidental.
Os parceiros do Mali devem se basear nas aspira??es do povo maliano pela paz "a fim de ajudar a estabelecer as bases para uma estabilidade duradoura", disse o representante-especial do secretário-geral do país, El-Ghassim Wane, na reuni?o do Conselho de Seguran?a sobre a situa??o no Mali.
Uma década após a eclos?o do conflito civil no Mali, as esperan?as de uma solu??o rápida para a insurgência e os conflitos n?o se materializaram, disse Wane.
Em vez disso, explicou o principal enviado da ONU, "a inseguran?a expandiu, a situa??o humanitária se deteriorou, mais crian?as est?o fora da escola e o país foi afetado por um ciclo interminável de instabilidade".
De fato, espera-se que mais de 1,8 milh?o de pessoas precisem de assistência alimentar em 2022, em compara??o com 1,3 milh?o em 2021, o maior nível de inseguran?a alimentar registrado desde 2014.
E mais de meio milh?o de crian?as foram afetadas pelo fechamento de escolas, o que o enviado acredita colocar "em risco o futuro do país".
Apesar desses desafios, Wane argumentou que a situa??o "teria sido muito pior" sem o envolvimento da comunidade internacional, incluindo o envio da miss?o de paz da ONU, MINUSMA, em 2013.
O governo do Mali tem buscado restaurar a estabilidade após uma série de reveses desde o início de 2012, incluindo um golpe militar fracassado, novos combates entre for?as do governo e rebeldes tuaregues e a tomada de seu território ao norte por extremistas radicais.
O representante-especial também informou o conselho sobre o atual impasse entre a Comunidade Econ?mica dos Estados da áfrica Ocidental (CEDEAO) e a lideran?a de transi??o do Mali, controlada pelos militares.
No fim de semana, a CEDEAO realizou uma cúpula extraordinária e decidiu que o cronograma proposto para a transi??o, com dura??o de até cinco anos e meio, era "totalmente inaceitável".
Instando as autoridades malianas a se concentrarem em um rápido retorno à ordem constitucional, eles decidiram manter as san??es individuais postas em prática no dia 12 de dezembro e impuseram outras adicionais.
As novas san??es incluem a retirada de embaixadores de Bamaco, capital e maior cidade do Mali, o fechamento de fronteiras terrestres e aéreas, a suspens?o de todas as transa??es comerciais e financeiras com algumas isen??es e a suspens?o de assistência financeira, entre outras.
Mali retribuiu chamando de volta seus embaixadores e fechando suas fronteiras com os estados-membros da CEDEAO.
Em um discurso à na??o na noite de segunda-feira, no entanto, o presidente de transi??o do Mali, coronel Assimi Goita, pediu unidade e calma, afirmando que Mali permanece aberto ao diálogo.
Wane explicou que apoiar a transi??o é um aspecto fundamental do mandato da MINUSMA, por isso a miss?o tentará encontrar uma saída consensual para superar o impasse.
"Um impasse prolongado dificultará encontrar uma saída consensual, ao mesmo tempo em que aumenta as dificuldades para a popula??o e enfraquece ainda mais a capacidade do Estado", argumentou ele, alertando que tal cenário "terá consequências de longo alcance para Mali e seus vizinhos".
O conflito também teve um impacto devastador sobre os civis e a situa??o humanitária.
Em circunstancias t?o difíceis, Wane descreveu a resposta ao apelo humanitário como "morna", com apenas 38 por cento do financiamento recebido.