A Polícia Federal (PF) brasileira informou na noite desta quarta-feira que o pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", confessou ter assassinado o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britanico Dom Phillips, desaparecidos na regi?o do Vale do Javari, na Amaz?nia brasileira, desde 5 de junho.
Em entrevista à imprensa, o superintendente da PF no estado do Amazonas (norte), Alexandre Fontes, disse que Oliveira, preso no dia 7 por porte de muni??o de uso restrito e investigado por suposta rela??o com o desaparecimento, confessou voluntariamente, na ter?a-feira, ter matado e enterrado os corpos de Bruno e Dom.
Segundo a PF, Oliveira foi levado esta quarta-feira ao local onde enterrou os corpos. Os restos humanos encontrados foram enviados a Brasília para perícia.
Ele também indicou onde afundou a embarca??o que era usada por Bruno e Dom e a polícia deve ir ao local nesta quinta-feira para retirar a embarca??o.
Os restos mortais estavam a cerca de 3,1km de distancia do local onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como cart?o de saúde, notebook e roupas foram encontrados dias atrás. "N?o teríamos condi??es de chegar ao local de maneira rápida sem a confiss?o", afirmou o superintendente.
Um irm?o de Amarildo, Oseney da Costa Oliveira, também está preso suspeito de participa??o no crime, mas a PF disse que ele n?o confessou envolvimento no caso.
Segundo o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, uma terceira pessoa citada por Amarildo está sendo investigada, mas acrescentou que as investiga??es seguem em sigilo e que ainda n?o é possível dizer a motiva??o do crime.
Bruno Pereira era funcionário licenciado da Funda??o Nacional do Indio (Funai) do Brasil, órg?o estatal responsável por quest?es indígenas, e Dom Phillips era um jornalista conhecido e colaborador do jornal inglês The Guardian.
O desaparecimento dos dois causou uma como??o mundial e inclusive o primeiro-ministro britanico, Boris Johnson, tinha manifestado sua preocupa??o com o sumi?o de ambos.
Os dois tinham partido na manh? do domingo 5 de junho da comunidade ribeirinha de S?o Rafael com destino a Atalaia do Norte, em uma viagem de barco pelo rio Itaquaí prevista para durar duas horas, mas nunca chegaram ao destino.
Pouco depois do desaparecimento, a Uni?o dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) alertou que Bruno Pereira recebia amea?as constantes de madeireiros, garimpeiros e pescadores.
Segunda maior terra indígena do Brasil, o Vale do Javari é cenário de conflitos frequentes devido a ser usado como rota do tráfico de drogas procedentes dos países fronteiri?os de Peru e Col?mbia, além de atividades ilegais de ca?a, pesca, extra??o de madeira e garimpo.