Numa entrevista recente no programa 20 MINUTOS ENTREVISTA, a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff afirmou que a China se tornou referência na luta anticapitalista, em contraponto ao neoliberalismo liderada pelos Estados Unidos.
“Acompanho muito a experiência chinesa, com inova??es principalmente na capacidade do socialismo chinês de mercado. Acho muito interessante”, disse durante a entrevista ao jornalista Breno Altman, fundador do Opera Mundi.
Atenta à expectativa de que o processo chinês de transforma??o se cumpra nos planos social, econ?mico, cultural e democrático, Dilma atribuiu à escalada neoliberal pós-golpe de 2016 a disparada da fome no Brasil, que hoje atinge 33 milh?es de pessoas, citando o desempenho da China na erradica??o da pobreza extrema.
Além de observou durante o programa que nenhum país voltou ao mapa da fome depois de superá-lo, com exce??o do Brasil.
A emergência do projeto alternativo na China coincide com o processo de corros?o da hegemonia dos Estados Unidos, inexorável na opini?o da ex-presidente. Denunciando os norte-americano pela guerra na Ucrania, ela recorreu aos teóricos da Guerra Fria, como George Kennan, Henry Kissinger e Zbigniew Brzezinski para descrever o “erro fatídico” da permiss?o, por parte dos EUA, de uma alian?a entre Rússia e China.
“Parece o caminho da insensatez, eles contrariarem os próprios interesses. N?o é possível supor que isolar?o a Rússia”, avaliou. “Cuba tem 60 anos de san??o nas costas e a única coisa que conseguiram foi empobrecer a sociedade cubana, mas n?o demoveram Cuba do seu processo histórico. Fizeram a mesma coisa com a Venezuela, só que agora fizeram com a segunda potência nuclear, e est?o paralisados.”
Em sua opini?o, as san??es desencadeadas contra a Rússia s?o extremamente graves, pelo grande poder de disruptura que possuem. "Desta vez ficou muito clara a transforma??o do dólar em arma de guerra", disse.
O domínio unipolar norte-americano resultante da dissolu??o da Uni?o Soviética, em 1989, tenderia agora para uma rela??o principal de bipolaridade entre Estados Unidos e a alian?a sino-russa. De lá para cá, com a financeiriza??o do capitalismo, esvaziou-se a indústria do país de Joe Biden, em detrimento de redes de fornecimento espalhadas internacionalmente, nomeadas por Dilma de redes globais de valor, um sistema ao qual a China emergente se integrou.
Fonte: Opera Mundi