Com o início da 14a Cúpula do BRICS, a Administra??o Espacial Nacional da China (CNSA) revelou ao Global Times o mais recente desenvolvimento, com mais detalhes sobre a coopera??o em observa??o conjunta e compartilhamento de dados dos satélites de sensoriamento remoto entre as cinco principais economias emergentes - Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul.
O ano de 2022 testemunhou a abertura bem-sucedida da primeira reuni?o da comiss?o conjunta de coopera??o espacial dos países do BRICS sediada pela CNSA, já que a China assume a presidência do BRICS neste ano.
De acordo com o comunicado da CNSA, 2022 será o "ano de lan?amento" para a coopera??o na constela??o de compartilhamento de dados de satélites de sensoriamento remoto e observa??o conjunta, e também um ano de constru??o chave para a coopera??o espacial entre os países do BRICS.
Desde 2021, a coopera??o do BRICS na esfera de sensoriamento remoto incluiu seis satélites e cinco esta??es terrestres.
O Gaofen-6 e o Ziyuan-3 02 da China, o CBERS-4 co-desenvolvido pelo Brasil e a China, o tipo Kanopus-V da Rússia e os Resourcesat-2 e 2A da índia se juntaram ao mecanismo para observa??o conjunta e compartilhamento de dados. Esta??es terrestres em Sanya, na província de Hainan, no sul da China, em Cuiabá, no sudoeste do Brasil, em Moscou, em Hyderabad, na índia, e em Hartebeesthoek, na áfrica do Sul, também est?o apoiando o programa.
Desde a cria??o do BRICS, há mais de uma década, os países membros têm alcan?ado resultados frutíferos na coopera??o em áreas como economia, comércio, política, seguran?a, inova??o tecnológica, bem como intercambio cultural e interpessoal.
A tecnologia de satélite de sensoriamento remoto, com vantagens que incluem suas capacidades de observa??o de alta resolu??o, alcance total e global, tornou-se uma das medidas-chave para lidar com os desafios globais no século 21, como a crise alimentar, a escassez de recursos hídricos e a mudan?a climática global, explicou a CNSA.
O significado estratégico da coopera??o no setor espacial pode refor?ar a solidariedade entre os países do BRICS, aumentar a eficiência da observa??o por satélite e realizar o compartilhamento de recursos e impulsionar os la?os bilaterais, multilaterais entre os países do BRICS, segundo avaliaram observadores.
A China, de acordo com a CNSA, prevê um plano de desenvolvimento em duas etapas para a coopera??o de satélites de sensoriamento remoto do BRICS.
O estágio primário é uma constela??o virtual de cinco satélites - um de cada país membro. A segunda etapa verá uma coopera??o mais coordenada de acordo com os planos de desenvolvimento espacial de cada país membro. Os países formular?o conjuntamente padr?es de constela??o de satélites e coordenar?o a condi??o dos satélites e as portas de transmiss?o de dados para alcan?ar um produto e servi?os de dados mais unificados – o que deverá marcar a fase de constru??o de uma constela??o real.
Segundo a CNSA, em janeiro de 2022, a China tinha 499 satélites em órbita e 169 para a Rússia, 61 para a índia, 13 para o Brasil e 3 para a áfrica do Sul.
Em maio, foi estabelecida uma comiss?o conjunta de coopera??o espacial dos países do BRICS, dando início a um novo capítulo de observa??o conjunta e compartilhamento de dados de satélites de sensoriamento remoto entre os cinco estados membros.
Como uma grande potência espacial em sua respectiva regi?o, os cinco membros do BRICS têm grande potencial para explorar maior coopera??o no campo. No entanto, vários desafios ainda est?o por vir, alimentados por fatores geopolíticos e pelo impacto da Covid-19, como déficit de confian?a mútua, afrouxamento de la?os de interesse e declínio na a??o coletiva.
Diante desses desafios, a assinatura do acordo em 2021 abriu um novo caminho na parceria dos membros do BRICS em áreas de alta tecnologia, disse a CNSA.
Para garantir a coopera??o no espa?o, a confian?a política mútua deve ser garantida. Com a pandemia ainda assolando o mundo, a recupera??o econ?mica é cada vez mais difícil e a evolu??o da ordem internacional é profunda e complexa.
Os países do BRICS também est?o enfrentando desafios como mudan?as no ambiente político dos países membros e a contínua difama??o e repress?o pelos países ocidentais.
A coopera??o da constela??o, que poderia facilmente formar um consenso, poderia contribuir para fortalecer a confian?a política mútua entre os cinco Estados membros. A coopera??o no campo espacial também ajuda os países do BRICS a participar da governan?a global, especialmente a governan?a do espa?o sideral, observou a CNSA.