A instabilidade política provavelmente persistirá na Líbia, já que uma fase de transi??o apoiada pela Organiza??o das Na??es Unidas, descrita em um roteiro para o país do norte da áfrica em 2020, expirou nesta semana, dizem analistas líbios.
A Miss?o de Apoio das Na??es Unidas na Líbia (UNSMIL) facilitou a primeira rodada do Fórum de Diálogo Político da Líbia (LPDF) em novembro de 2020 em Tunes. Os 75 participantes do LPDF, representando todo o espectro da sociedade líbia, concordaram com um roteiro político para o país.
No entanto, vários marcos do roteiro foram perdidos no ano passado, incluindo a realiza??o de elei??es nacionais agendadas para 24 de dezembro de 2021. O roteiro da LPDF também estabeleceu o término da fase de transi??o no dia 22 de junho deste ano, desde que as elei??es presidenciais e parlamentares fossem realizadas nas elei??es a essa altura, o que n?o aconteceu.
Jalal al-Fituri, professor de direito líbio em Trípoli, acredita que o fracasso dos partidos líbios rivais em chegar a um acordo final após o fim do roteiro complicará ainda mais a política do país.
A Líbia está atualmente em um impasse político. A Camara dos Representantes, com sede no leste, o parlamento, retirou a confian?a do Governo de Unidade Nacional do primeiro-ministro, Abdul-Hamid Dbeibah, em Trípoli, que foi apoiado pela ONU, e votou em 1o de mar?o de 2022 para instalar um novo governo liderado por Fathi Bashagha. Dbeibah rejeitou a legitimidade da vota??o de mar?o e disse que só transferiria o poder para um governo eleito. Desde ent?o, Bashagha empossou um novo gabinete, que realizou sua primeira reuni?o em 21 de abril.
Em meados de maio, o governo aprovado pelo parlamento, liderado por Fathi Bashagha, entrou na capital da Líbia, Trípoli, e tentou tomar o poder do Governo de Unidade Nacional de Dbeibah. Pouco depois, os confrontos eclodiram no centro de Trípoli entre grupos armados afiliados aos dois lados.
O chefe do Alto Conselho de Estado da Líbia, com sede em Trípoli, e o presidente da Camara dos Deputados concordaram em se reunir em Genebra na próxima semana para discutir uma estrutura constitucional para as elei??es, depois que as negocia??es no Cairo sobre uma base constitucional para as elei??es terminaram sem um avan?o.
O cenário político atual resulta da tentativa de ambos os lados de manter seu poder. Para resolver o impasse, é preciso haver um acordo internacional sobre uma solu??o ou um novo roteiro, disse o analista político, Imad Jalloul, de Trípoli.
"Os partidos rivais est?o esperando que seus respectivos países de apoio cheguem a um consenso sobre uma nova proposta viável. é impossível ignorar certos países que têm a capacidade de influenciar a política líbia, seja negativa ou favoravelmente", disse ele.
"As garantias de seguran?a n?o podem ser fornecidas na Líbia. O país é comparável a um vulc?o adormecido que pode entrar em erup??o a qualquer momento. Portanto, um novo roteiro e uma solu??o sólidos baseados em consenso internacional s?o urgentemente necessários. O apoio deve ser dado à decis?o do povo líbio de organizar elei??es presidenciais e parlamentares", disse Jalloul.
Omran al-Najah, especialista em assuntos de seguran?a de Trípoli, acredita que o fracasso em chegar a um acordo político rápido entre partidos rivais na Líbia pode levar a um surto armado a qualquer momento.
Esfor?os devem ser feitos para aliviar a tens?o entre os partidos rivais e pedir que eles concordem com uma estrutura sólida para impedi-los de contestar a legitimidade política, disse ele.