A 14a Cúpula do BRICS, com o tema "Promover Parceria do BRICS de Alta Qualidade, Inaugurar Uma Nova Era para o Desenvolvimento Global", foi realizada em 23 e 24 de junho sob a presidência rotativa da China. Sendo membros do BRICS e países de mercado emergente mais representativos e maiores países em desenvolvimento dos hemisférios oriental e ocidental, a China e o Brasil haviam conquistado resultados frutíferos em diversas áreas. Falando à Agência de Notícias Xinhua, especialistas apontaram que o mecanismo do BRICS trará ainda mais oportunidades para as coopera??es entre os dois países nas áreas como seguran?a política, desenvolvimento comercial e intercambio cultural.

Como a for?a motriz do desenvolvimento das rela??es bilaterais, a coopera??o comercial China-Brsil apresenta grande resiliência e vitalidade sob o impulso do BRICS. Nos últimos quatro anos, a quantidade do comércio bilateral ultrapassou US$ 100 bilh?es por ano, sendo a China o maior parceiro comercial do Brasil por 13 anos consecutivos. Zhou Zhiwei, diretor executivo do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto da América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais, comentou que a coopera??o comercial China-Brasil mantem um ímpeto forte, no momento em que o desacoplamento e a interrup??o de fornecimento praticados por alguns países dificultam a recupera??o econ?mica global.

O comércio agrícola é um dos principais destaques da coopera??o comercial dos BRICS. Atualmente, a China é o maior comprador de soja, carne bovina e frango do Brasil, com as importa??es agrícolas do Brasil ultrapassando US$ 45 bilh?es em 2021. De acordo com Wang Chengan, especialista chefe do Centro Chinês de Estudos dos Países de Língua Portuguesa da Universidade de Economia e Negócios Internacionais, a estrutura comercial entre os dois países é altamente complementar, o que oferece um amplo espa?o de coopera??o bilateral, contra a instabilidade do mercado agrícola global. Os dois lados devem defender juntos o mecanismo de coopera??o multilateral e promover a liberaliza??o e facilita??o de investimentos no comércio agrícola, acrescentou ele.

Jean Taruhn, assessor especial do Ministro da Agricultura do Brasil, observou que a indústria alimentar brasileira tem se beneficiado da complementaridade do comércio bilateral. "Precisamos diversificar essas exporta??es, com produtos que os chineses queiram comprar e que possamos produzir. E para vender, precisamos criar uma imagem do Brasil para os consumidores chineses", disse.

Com o desenvolvimento acelerado da economia digital e a conectividade inteligente, tanto a China como o Brasil est?o enfrentando os desafios da revolu??o industrial e da transforma??o industrial. Na 10a cúpula do BRICS em 2018, a China apelou à constru??o da Parceria do BRICS para a Nova Revolu??o Industrial; dois anos mais tarde, o Centro de Inova??o da Parceria do BRICS sobre Nova Revolu??o Industrial foi lan?ado em Xiamen, servindo-se de uma plataforma de inova??o tecnológica e moderniza??o industrial. Segundo especialistas, a China e o Brasil devem fazer pleno uso desta plataforma para reduzir custos, melhorar a eficiência e criar novos pontos de crescimento econ?mico.

Com a propaga??o contínua da COVID-19 e a dificuldade de recupera??o da economia no mundo, a China apelou para fortalecer a coopera??o em saúde pública e produ??o de vacinas contra COVID-19 na 13a cúpula dos BRICS. Em mar?o de 2022, inaugurou-se o Centro de P&D de Vacinas do BRICS, com o objetivo de aprofundar a coopera??o em constru??o de fábricas, pesquisa e produ??o de vacinas e reconhecimento mútuo de normas entre os cinco países. De acordo com Zhou Zhiwei, tal medida deu um exemplo de coopera??o para lidar com as crises de saúde, enquanto alguns países politizam a quest?o de vacina.

A China é um dos primeiros países que cooperam com o Brasil em vacina??o. Sinovac Biotech, ou a Beijing Kexing Bioproducts, fez uma parceria com o Instituto Butantan do Brasil para exportar matérias-primas de vacinas diretamente para o Brasil, a fim de garantir o fornecimento local de vacinas. A cria??o do Centro de P&D de Vacinas do BRICS aprofundará ainda mais a coopera??o em testes e produ??o de vacinas, promovendo ainda mais a distribui??o justa e razoável de vacinas e garantindo sua acessibilidade e viabilidade. De acordo com Wang, os dois países devem fazer pleno uso do mecanismo do BRICS para fortalecer a coopera??o no campo da saúde pública, opor-se à politiza??o e estigmatiza??o da quest?o da vacina e continuar trabalhando juntos para bater contra a epidemia e promover uma recupera??o econ?mica estável.

A China e o Brasil s?o os maiores países em desenvolvimento dos hemisférios oriental e ocidental, e também s?o importantes for?as emergentes na manuten??o do multilateralismo. Através das reuni?es anuais do BRICS, os líderes da China e do Brasil trocam opini?es sobre a situa??o internacional e as necessidades de desenvolvimento, o que n?o só promove o desenvolvimento das rela??es bilaterais, mas também fortalece a colabora??o nos assuntos regionais e internacionais, dando uma contribui??o importante para a mudan?a do sistema de governan?a global e para a manuten??o da paz e estabilidade internacionais.

O Comitê de Coordena??o e Coopera??o de Alto Nível China-Brasil é o mecanismo de diálogo e coopera??o de nível mais alto entre os dois governos. Em sua sexta reuni?o realizada em maio deste ano, os líderes dos dois lados tiveram um profundo intercambio e alcan?aram resultados frutíferos. Chegaram ao acordo o plano estratégico China-Brasil 2022-2031 e o plano de implementa??o China-Brasil 2022-2026, em que planejaram os objetivos e princípios de coopera??o para os próximos 10 anos e identificam áreas prioritárias e projetos de coopera??o para os próximos cinco anos. Os dois especialistas afirmaram que, sendo países importantes com influência global, a estreita comunica??o e coordena??o entre os dois lados sobre grandes quest?es internacionais e regionais podem efetivamente salvaguardar e promover os interesses comuns dos países de mercados emergentes e os países em desenvolvimento.

Na cúpula do BRICS em 2017, o intercambio de humanidades tornou-se o terceiro pilar da coopera??o do mecanismo com a promo??o da China. Dos fóruns oficiais de grupos de reflex?o às atividades culturais populares, o intercambio China-Brasil de humanidades forma uma estrutura abrangente e multinível.

Desde 2017, a Embaixada do Brasil na China tem organizado festivais de cinema brasileiro em várias cidades chinesas, trazendo uma rica e diversificada festa cultural ao público chinês, que atraem grande aten??o. Na quarta edi??o do Festival de Cinema Brasileiro em 2021, foi apresentado uma ampla gama de filmes brasileiros, incluindo documentários musicais, comédias políticas e outros gêneros diferentes. A Embaixada do Brasil na China afirmou que a riqueza o Festival de Cinema Brasileiro é um canal vital para mostrar a diversidade da cultura brasileira ao público chinês e fortalecer o intercambio entre os dois povos.

Na 7a Reuni?o de Ministros da Cultura dos BRICS deste ano, os cinco países chegaram a um consenso para continuar a fortalecer a coopera??o na promo??o da conserva??o e uso do patrim?nio cultural, no combate ao tráfico ilícito de relíquias culturais, no desenvolvimento da cultura digital e no aproveitamento da criatividade cultural dos jovens, a fim de continuar a injetar um novo impulso no intercambio cultural entre os países BRICS.

Em suas entrevistas, os dois especialistas manifestaram que n?o importa como a situa??o internacional mude, a importante base da coopera??o China-Brasil n?o mudará e o futuro continuará brilhante. Os dois países devem continuar a fazer bom uso do mecanismo de coopera??o do BRICS, fortalecer a coopera??o prática em vários campos e se esfor?ar para construir uma parceria de alta qualidade.