Um som sibilante percorreu a vila ensolarada, quando mais um dia agitado, come?ou em uma oficina de esculturas em madeira no município de Bolo, na cidade de Qamdo, na Regi?o Aut?noma do Tibete, no sudoeste da China.
A arte de talhar madeira de Bolo, uma forma de patrim?nio cultural imaterial nacional, remonta à Dinastia Qing (1644-1911) e foi inicialmente inventada para imprimir sutras budistas.
De acordo com os artes?os locais, este artesanato já esteve em risco de se perder, pois os antigos artes?os achavam difícil conseguir rendimento suficiente e os jovens apresentavam relutancia em aprendê-lo.
As coisas come?aram a mudar em 2019, quando os funcionários da vila decidiram apostar no setor. Uma empresa de artesanato étnico foi fundada, incluindo uma oficina de escultura em madeira com 1.400 metros quadrados.
Padma Gyatsen, uma alde? local, nunca foi à escola. No passado, a única coisa que podia fazer para viver era dedicar-se à agricultura ou pastorícia. Agora, trabalhando na oficina, ganha mais de 4.000 yuans (cerca de 563,44 dólares americanos) por mês.
"Com o meu salário, posso comprar o que quiser e economizar mais de 20 mil yuans por ano", disse.
Criar uma placa de madeira Bolo implica mais de 10 procedimentos com recurso a mais de 40 ferramentas. Hoje, as obras s?o amplamente utilizadas para decora??o de interiores em casas locais.
Ao longo dos anos, o número de artes?os na oficina aumentou de quatro para 112. De janeiro a agosto, os moradores locais receberam 1,8 milh?o de yuans como dividendos da empresa, e os dividendos totais que receberam somaram 7,85 milh?es de yuans.
De acordo com o departamento regional de cultura, um total de 121 oficinas de patrim?nio cultural imaterial foram estabelecidas no Tibete, criando empregos para 3.053 pessoas de 2.271 famílias, aumentando a renda mensal em mais de 3.200 yuans em média.
Em um parque industrial de artesanato étnico no condado de Chagyab, artes?os em uma oficina est?o envolvidos no processamento de objetos de ouro e prata Maidoi, uma arte artesanal incluída na lista de patrim?nio cultural imaterial do Tibete.
"Gra?as ao workshop, podemos discutir juntos os desafios que estamos enfrentando e reunir sabedoria para atrair jovens artes?os e consumidores com os nossos produtos", disse Tengpa Doje, herdeiro do ofício.
O parque industrial de artesanato foi estabelecido em outubro de 2018 com um investimento total de cerca de 27,2 milh?es de yuans e possui agora exemplares culturais tibetanos, como a pintura thangka, e o processamento de talheres de ouro e prata, que ajudaram a aumentar a renda dos moradores locais.
Até o final de 2021, o parque industrial trouxe mais de 9,6 milh?es de yuans para mais de 670 pessoas em salários ou dividendos.
"A cultura tradicional é o nosso tesouro. O desenvolvimento da indústria cultural permite que nossa cultura seja transmitida e protegida", disse Ren Jianli, funcionário do condado de Chagyab.