O Brasil registrou um excesso de 19% nas mortes ocorridas no país em 2020, ano da chegada da pandemia da COVID-19, de acordo com um estudo divulgado na quinta-feira pela Funda??o Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O grupo de doen?as infecciosas e parasitárias foi o que mais se destacou entre as causas definidas. Também houve aumento de mortalidade por causas mal definidas.
"O excesso de óbito para esse período no Brasil foi de, aproximadamente, 190 mil e incluiu mortes associadas direta (devido à doen?a) ou indiretamente (devido ao impacto da pandemia nos sistemas de saúde e na sociedade) à COVID-19. O impacto total da pandemia foi, dessa forma, possivelmente maior do que o indicado pelas mortes relatadas apenas devido ao vírus SARS-CoV-2", destaca a Fiocruz.
O número de óbitos esperado foi estimado considerando análise de tendência linear com o número de mortes entre os anos de 2015 e 2019 para cada grupo de causas e cada unidade da federa??o.
"Algumas causas de morte têm rela??o com a desassistência provocada pela reorganiza??o da rede assistencial, outras com a mudan?a nos padr?es de intera??o social na popula??o", ressaltou o pesquisador da Fiocruz, Raphael Guimar?es.
"Esse diagnóstico é importante porque indica a necessidade dos sistemas locais de saúde serem mais resilientes, para que possam sustentar servi?os essenciais de saúde durante crises, incluindo sistemas de informa??o de saúde mais consistentes", acrescentou.
Além do grupo de doen?as infecciosas e parasitárias e causas mal definidas, outros grupos ultrapassaram o número de mortes esperado em mais de 10%: doen?as endócrinas (16%), transtornos mentais (29%), doen?as cardiovasculares (16%) e gravidez, parto e puerpério (27%).