O Egito está considerando as moedas de seus parceiros comerciais de commodities, incluindo China, índia e Rússia, para diminuir a demanda por dólares, disse a Al Arabiya TV, com sede na Arábia Saudita, citando o ministro de Abastecimento do Egito, Ali Moselhy.
“Estamos considerando fortemente tentar importar de países e aprovar (usar) sua moeda local com a moeda egípcia”, disse Moselhy.
“Isso ainda n?o aconteceu, mas é uma longa jornada que já avan?amos, seja com a China, índia ou Rússia, mas até o momento nenhum acordo foi feito”, acrescentou.
De acordo com a Al Arabiya, o domínio de décadas do dólar vem sendo questionado nos últimos meses, já que os comerciantes globais de petróleo buscaram pagamentos em moedas diferentes do dólar.
Ele diz que a mudan?a foi impulsionada pelas san??es ocidentais à Rússia e a países como o Egito, que têm escassez de dólares.
O Egito, um grande comprador de commodities básicas, sofreu uma crise cambial, resultando em uma queda de quase 50% de sua libra em rela??o ao dólar e as importa??es foram reprimidas, resultando na infla??o oficial para 32,7% em mar?o, um tímido recorde.
Desde 2023, algumas das principais economias, tanto em países desenvolvidos quanto em mercados emergentes, têm se esfor?ado para abandonar o dólar americano, inovando nos mecanismos de pagamento e liquida??o transfronteiri?os, assinando acordos cambiais bilaterais e promovendo a diversifica??o de moedas.
A Argentina come?ará a pagar pelas importa??es chinesas em yuan em vez de dólares americanos, segundo anunciou o governo em 26 de abril e, em 1o de abril, a índia e a Malásia concordaram em usar a rúpia indiana para o comércio.
“O dólar está enfrentando um desafio ao seu status em várias frentes”, observou a mídia americana Business Insider, citando uma análise do Banco Alem?o.
A rejei??o do dólar nas rela??es econ?micas globais é um processo irreversível explicado em particular por seu uso como instrumento de press?o para outros países, disse o observador e especialista em geopolítica Renaud Girard em seu artigo no Le Figaro.
"Os EUA muitas vezes fecham os olhos para a carta das Na??es Unidas e imp?em embargos unilaterais e amea?am outras na??es a seguir o exemplo. Essa abordagem com punho de ferro fez dos EUA a na??o que mais imp?e san??es no mundo", disse a mídia turca TRT World num relatório divulgado no início de abril.