A paisagem cultural das antigas florestas de chá da montanha Jingmai, em Pu'er, sudoeste da China, foi inscrita na Lista do Patrim?nio Mundial da UNESCO no domingo (17).

Na sua 45a sess?o alargada, que decorre em Riade, na Arábia Saudita, o Comitê do Patrim?nio Mundial da UNESCO examinou o local nomeado pela China e adicionou-o à lista como bem cultural, fazendo dele o 57o local do Patrim?nio Mundial da China.

A decis?o anuncia a grande vitalidade que perdura até hoje das antigas florestas de chá e da paisagem cultural relacionada na montanha Jingmai, condado aut?nomo da Etnia Lahu de Lancang, na província de Yunnan, uma das regi?es que praticou o uso mais antigo dos recursos de chá e teve uma influência significativa na cultura do chá do mundo.

Composta por cinco antigas florestas de chá bem preservadas e de grande escala, nove aldeias tradicionais dentro delas e três florestas divisórias protetoras, a paisagem se destaca como um exemplo de rica cultura do chá centrada nas antigas práticas de cultivo e preserva??o das antigas florestas de chá.

As florestas têm sido bem geridas sob um sistema de conserva??o único que respeita a diversidade cultural e biológica e a utiliza??o sustentável dos recursos naturais, que combina a gest?o governamental e a autonomia popular, construída sobre os alicerces das cren?as tradicionais dos ancestrais do chá.

O sistema respeita as condi??es climáticas locais, as características topográficas e as popula??es de flora e fauna, conseguindo a conserva??o da diversidade cultural e biológica e a utiliza??o sustentável dos recursos naturais.

"A inclus?o destaca a importancia da posi??o da China no nascimento, plantio e comércio do chá e na dissemina??o da cultura do chá em todo o mundo", disse Li Qun, chefe da Administra??o do Patrim?nio Cultural Nacional da China, na sess?o estendida da UNESCO.

Por volta do século X, os ancestrais do grupo étnico Bulang migraram para a montanha Jingmai, onde descobriram e construíram conhecimento sobre as árvores de chá silvestres.

Gradualmente, adaptaram-se ao ecossistema florestal juntamente com o povo Dai e outros grupos étnicos que vieram mais tarde para a regi?o, para criar o modelo único de cultivo de chá no sub-bosque, uma prática de planta??o tradicional que sobreviveu à tecnologia moderna e generalizada de planta??o de chá.

Ao longo de mil anos de preserva??o e gest?o, a paisagem tomou a forma de uma simbiose entre florestas de chá e planta??es que encarna a ideia de harmonia com a natureza, acrescentou Li.

O comitê reconheceu que o sítio cumpre os critérios III e V do Patrim?nio Mundial, reconhecendo o seu valor universal por ser "um testemunho típico das tradi??es de cultivo de chá do sub-bosque dos povos indígenas" e como "um exemplo notável de paisagens culturais sustentáveis de cultivo florestal de montanha”, segundo divulgou a UNESCO em seu site.

A sess?o ampliada do Comitê do Patrim?nio Mundial foi realizada de 10 a 25 de setembro para examinar um total de 53 candidaturas de sítios culturais, naturais e combinados para a Lista do Patrim?nio Mundial.