Antes do debate geral da Organiza??o das Na??es Unidas (ONU) na próxima semana, os países em desenvolvimento na Cúpula do Grupo dos 77 (G77) e a China pediram o fortalecimento da solidariedade e da coopera??o para defender o multilateralismo.
Face às práticas de alguns países, tais como san??es unilaterais, dissocia??o e perturba??es das cadeias industriais e de suprimentos, as na??es em desenvolvimento esperam amplamente refor?ar a solidariedade e a coopera??o e fazer esfor?os para tornar a governan?a global mais justa e equitativa.
No final da cúpula de dois dias em Havana, capital de Cuba, no sábado, foi aprovada uma Declara??o Final que reafirmou "o compromisso de fortalecer a unidade e a solidariedade do Grupo a fim de atingir seus objetivos e refor?ar seu papel no atual contexto internacional".
O presidente cubano Miguel Díaz-Canel, cujo país vem sofrendo enormes prejuízos econ?micos e humanitários devido ao embargo dos EUA de mais de seis décadas, afirmou que a coopera??o, a solidariedade e o progresso humano sem exclus?es s?o vitais para ajudar a enfrentar os desafios do mundo atual.
"O mundo está falhando com os países em desenvolvimento", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em seu discurso na cúpula, enfatizando a necessidade de institui??es multilaterais fortes e eficazes, já que a comunidade internacional está adotando um mundo multipolar.
Definindo o G77 como "campe?o do multilateralismo", Guterres conclamou o grupo e a China a "defenderem um sistema baseado na igualdade; pronto para reverter a injusti?a e a negligência de séculos; e que atenda a toda a humanidade em vez dos privilegiados".
à medida que o mundo está mudando em uma escala n?o vista em um século, enquanto o unilateralismo e o hegemonismo est?o em ascens?o, a coopera??o Sul-Sul está se tornando cada vez mais vital.
A China, a maior na??o em desenvolvimento do mundo e membro natural do Sul Global, está "pronta para trabalhar com Cuba e outros membros do G77 para abrir um novo capítulo na coopera??o Sul-Sul em busca de um maior desenvolvimento por meio de uma solidariedade mais forte, construir uma comunidade do Sul Global com um futuro compartilhado e inaugurar uma nova era de desenvolvimento comum", destacou Li Xi, membro do Comitê Permanente do Bir? Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e representante especial do presidente chinês, Xi Jinping, na cúpula.
A China está se aproximando cada vez mais dos países asiáticos, africanos e latino-americanos "n?o para impor san??es, mas para contribuir para o progresso e o bem-estar de todos", disse o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, chamando a China de parceira "com vontade de ajudar e expressar sua solidariedade".
Ao contrário de outras potências globais, a rela??o entre a China e o G77 é baseada no respeito à autodetermina??o, solidariedade e coopera??o, explicou Eduardo Regalado, pesquisador sênior do Centro de Pesquisa de Política Internacional de Cuba.
"A China tem sido muito ativa na promo??o de uma ordem econ?mica e política mais justa, de acordo com os interesses dos países em desenvolvimento. Tem mantido uma política sistemática e consistente de apoio ao bloco multilateral", acrescentou.
Esta n?o é a primeira vez que a solidariedade e a coopera??o s?o enfatizadas pelo Sul Global recentemente.
Durante a Cúpula do BRICS em Joanesburgo, áfrica do Sul, no mês passado, mais de 60 países em desenvolvimento enviaram uma mensagem clara de solidariedade e coopera??o ao mundo, pedindo uma reforma da governan?a global para torná-la mais justa e equitativa.
Estabelecido pela primeira vez em 1964, o G77 tem atualmente mais de 130 membros, com sua presidência alternada entre os países membros da ásia, áfrica e América Latina com base em princípios regionais.
Sendo a maior organiza??o de coordena??o multilateral entre os países em desenvolvimento, os membros do G77 representam mais de 80% da popula??o mundial e mais de dois ter?os dos países membros da ONU.