Israel e o Hamas chegaram a um acordo mediado pelo Qatar para cessar fogo na Faixa de Gaza durante quatro dias, o que oferece uma oportunidade para negocia??es de paz amplamente promovidas pela comunidade global, segundo analistas.
A trégua temporária, que será acompanhada pela liberta??o de alguns reféns detidos pelo grupo militante em troca dos palestinos presos por Israel, consiste no maior avan?o diplomático desde que o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, reacendeu o conflito Palestina-Israel.
Num comunicado divulgado na quarta-feira, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel libertará 150 mulheres e adolescentes palestinianos e permitirá que mais ajuda humanitária entre em Gaza em troca de 50 reféns, a maioria mulheres e crian?as.
A China saudou a pausa nos combates e disse que espera que isso ajude a aliviar a crise humanitária em Gaza, a acalmar o conflito e a aliviar as tens?es na regi?o.
Desde o início desta ronda de conflitos, a China tem apelado a um cessar-fogo e trabalhado incansavelmente para reduzir as tens?es, proteger os civis e fornecer assistência humanitária, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.
Homens armados do Hamas capturaram cerca de 240 pessoas quando atacaram cidades do sul de Israel em 7 de outubro. Quatro reféns foram libertados até agora, sendo que pelo menos 14.400 palestinianos, incluindo mulheres e crian?as, foram mortos no conflito de quase sete semanas.
Segundo o acordo mediado pelo Qatar, 50 reféns ser?o libertados em pequenos grupos durante quatro dias, durante os quais haverá uma pausa completa nos combates. A liberta??o de cada 10 reféns resultará em mais um dia de trégua.
Umer Karim, pesquisador associado do Centro King Faisal de Pesquisa e Estudos Islamicos em Riade, Arábia Saudita, afirma que a quest?o dos reféns “está se tornando um verdadeiro fardo político” para Netanyahu.
"Isso (o acordo de cessar-fogo) demonstra que a sua campanha militar em Gaza ainda n?o lhe deu a influência política que necessita neste momento a nível interno e, portanto, ele precisa de algum desenvolvimento na quest?o dos reféns", disse Karim.
Netanyahu concordou com uma trégua temporária para também “desacelerar o ímpeto geral contra Israel neste momento na forma de protestos e manifesta??es”, o que está “colocando alguma press?o sobre os governos ocidentais para mudarem a sua posi??o sobre o assunto”, acrescentou Karim.
Yu Guoqing, pesquisador do Instituto de Estudos Africanos e da ásia Ocidental da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que o governo israelense concordou com o breve cessar-fogo em grande parte por estar sob press?o interna e externa.
O governo de Netanyahu está sob imensa press?o interna devido às baixas israelenses no conflito e ao fato de os reféns detidos pelo Hamas n?o terem sido libertados nem um mês e meio depois, disse Yu.