Bolsas bordadas em diferentes padr?es na oficina de Qiao Yaru no distrito de Haiyuan, cidade de Zhongwei, Regi?o Aut?noma da Etnia Hui de Ningxia, noroeste da China, em 3 de novembro de 2023. (Foto: Su Xing/Xinhua)

Na ausência de um ambiente profissional e de luz de preenchimento, um telefone celular e um suporte para celular s?o tudo com que Du Zhanping pode contar para seus esfor?os de transmiss?o ao vivo.

No entanto, foi através desta configura??o primitiva que o homem de 46 anos do município de Xuanhe, na Regi?o Aut?noma da Etnia Hui de Ningxia, no noroeste da China, conseguiu fazer com que a habilidade tradicional de produzir feltro fosse conhecida pelos telespectadores de todo o país asiático.

Na regi?o pecuária de Ningxia, a mais de 1.000 quil?metros da capital da China, as pessoas costumavam fazer feltro com l? pressionando, esfregando e enrolando, produzindo itens que no passado faziam parte do dote de quase todas as mulheres.

Du é um herdeiro desta habilidade tradicional de fazer feltro, listado do patrim?nio cultural imaterial regional. Cada gera??o de sua família ganhou a vida com base nessa habilidade. Com a melhoria dos padr?es de vida das pessoas ao longo do tempo, no entanto, o feltro tem sido cada vez menos utilizado, resultando no declínio da indústria.

Em 2021, após participar de um treinamento em empreendedorismo, Du abriu uma conta na plataforma de vídeos curtos Kuaishou para experimentar a transmiss?o ao vivo do processo tradicional de confec??o de feltro.

Come?ando do zero, ele aprendeu sozinho a filmar e depois editar vídeos e hoje é dono de uma conta com 150 mil seguidores. Só um vídeo atraiu mais de 18 milh?es de visualiza??es.

“Todas as manh?s fa?o transmiss?es ao vivo por mais de duas horas, conversando com os telespectadores e respondendo suas perguntas”, disse Du enquanto usava uma ferramenta em forma de arco para evidenciar a textura de sua l?. Ele recebe, normalmente, de três a cinco pedidos durante uma única sess?o de transmiss?o ao vivo.

“Gra?as às redes sociais, o meu número de encomendas de feltro duplicou, sendo que as provenientes de plataformas online representam cerca de 70% do total”, continuou ele. “Se n?o existissem plataformas online, eu já teria desistido, e essa tradi??o estaria perdida”, destacou ele.

Du Zhanping n?o está sozinho. Nos últimos anos, a transmiss?o ao vivo ajudou a dar vitalidade às heran?as culturais intangíveis.

No condado de Haiyuan, na cidade de Zhongwei, também localizado em Ningxia, Qiao Yaru, de 42 anos, é herdeiro do bordado tradicional, outro patrim?nio cultural imaterial regional. Ela realiza transmiss?o ao vivo em seu estúdio, trazendo lindas bolsas, relógios, luminárias, leques e pingentes bordados com estampas diversas, que venderam bem entre os mais jovens.

“Depois de assistir à minha transmiss?o ao vivo, muitos jovens, incluindo os da Gera??o Z, ficaram interessados em nossas habilidades tradicionais”, disse ela à Xinhua.

“A partir desta regi?o remota e sem litoral, a transmiss?o ao vivo está ajudando a promover nossas obras de arte em áreas mais distantes”, acrescentou ela.

A transmmiss?o ao vivo permitiu o aumento do rendimento da popula??o local, à medida que mais pessoas se envolvem na indústria. Após o treinamento, os moradores de Qiao têm potencial para vender suas pe?as de bordado por meio de plataformas on-line, arrecadando mensalmente até mais de 2.000 yuans (cerca de US$ 278,6).

"Ao trazer heran?as culturais intangíveis para os estúdios de transmiss?o ao vivo, podemos n?o apenas apresentá-las a mais pessoas, preservando as técnicas tradicionais, mas também expandir seus mercados para aumentar a confian?a e a renda dos herdeiros", disse Wang Xiaoqin, vice-chefe do centro cultural de Zhongwei.

"Desta forma, podemos revitalizar o nosso tesouro tradicional", acrescentou Wang.