Por Li Yang, China Daily
O ministro das Rela??es Exteriores da China, Wang Yi, deverá visitar o Brasil ainda esta semana, após encerrar sua viagem por quatro países da áfrica, iniciada no sábado. Dado o importante papel que o gigante latino-americano desempenha no mundo, o significado desta visita n?o pode ser exagerado.
Espera-se que a visita dê continuidade ao impulso positivo do desenvolvimento da parceria estratégica abrangente China-Brasil que foi efetivamente consolidada pela visita de Estado do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à China, em abril do ano passado.
Este ano marca o 50o aniversário da funda??o das rela??es diplomáticas entre a China e o Brasil. Nos últimos 50 anos n?o só ambos os países se tornarem os maiores países em desenvolvimento nos hemisférios oriental e ocidental, respectivamente, como também passaram a ser intervenientes importantes na cena mundial.
A complementaridade da sua estrutura econ?mica significa que as duas partes n?o só têm um grande potencial para aprofundar sua atual coopera??o em áreas como minerais e tecnologia, como podem expandi-la para novos sectores, incluindo a prote??o ambiental, as altera??es climáticas, a economia hipocarbónica e a economia digital.
O desenvolvimento da coopera??o econ?mica e comercial pragmática sino-brasileira tem por objetivo promover o desenvolvimento comum dos dois países e n?o visa terceiros. Os dois lados, defendendo a equidade e a justi?a internacionais, est?o prontos para trabalhar uns com os outros para fortalecer a coordena??o estratégica no G20, nos BRICS e em outras institui??es multilaterais, melhorar a coordena??o e a coopera??o nas finan?as internacionais, na resposta climática e na prote??o ambiental, e contribuir para com esfor?os para alcan?ar um desenvolvimento global mais justo e mais equilibrado.
Perante tal cenário, é previsível que haja nos Estados Unidos alguém que tente interpretar maliciosamente a visita de Wang como a mais recente tentativa de Beijing de criar problemas no “quintal” de Washington. Todavia, os países latino-americanos – especialmente uma economia de mercado emergente t?o importante como o Brasil – n?o s?o o “quintal” de ninguém.
A sua cren?a partilhada e firme no verdadeiro multilateralismo e na defesa da ordem internacional centrada nas Na??es Unidas e na globaliza??o econ?mica, colocaram o Brasil e a China na mesma trincheira na luta contra o unilateralismo, a hegemonia e o protecionismo. Isso n?o significa que estejam a tentar derrubar o sistema internacional. Pelo contrário, antes significa que est?o tentando melhorá-lo.