O governo brasileiro quer expandir as exporta??es agrícolas à áfrica e à índia, concentrando-se mais nos novos mercados, enquanto as negocia??es comerciais entre o Mercosul e a Uni?o Europeia est?o paralisadas, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Em declara??es à imprensa, Fávaro explicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende enviar uma miss?o empresarial com mais de 300 empresários à índia em meados do ano, devido à crescente demanda indiana por produtos como frutas, sucos, café e feij?o preto.
Fávaro disse também que há oportunidades para aumentar as vendas de carne e cereais para a áfrica depois da viagem de Lula ao Egito e à Etiópia em fevereiro passado, quando o presidente se reuniu com líderes da Uni?o Africana.
"Ele vai lá, restabelece rela??es amistosas, refor?a as rela??es diplomáticas e nos pede para fazer um acompanhamento com miss?es comerciais e para abrir mercados", afirmou Fávaro, após conversar com o presidente.
O governo está ampliando seu enfoque diante da paralisa??o das negocia??es sobre um acordo comercial entre o Mercosul e a Uni?o Europeia. Os agricultores europeus temem que um acordo traga importa??es baratas de países com padr?es ambientais mais baixos e o presidente francês Emmanuel Macron intensificou suas críticas no princípio deste ano.
O Brasil tem aproveitado a popularidade mundial de Lula para abrir 96 novos mercados desde o início de seu terceiro mandato. O número de frigoríficos autorizados a exportar para a China subiu para 146 em mar?o, segundo o governo. Somente nesta semana, 38 abatedouros foram autorizados pela China a vender carne ao país e outros 39 aguardam aprova??o.
Além disso, o Brasil recebeu nesta quarta-feira a aprova??o para exportar carne bovina, suína e aves de cria??o às Filipinas através do sistema que reconhece a equivalência das inspe??es sanitárias nos dois países e prescinde da necessidade de que as miss?es importadoras autorizem às plantas brasileiras a exportar.
"Esta era uma das demandas prioritárias do setor de proteínas animais", afirmou à imprensa o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
Embora seja possível um avan?o entre o Mercosul e a UE, o Brasil vê estas negocia??es comerciais em ponto morto, disse Fávaro. A Fran?a tem adotado uma postura mais protecionista em matéria de comércio e meio ambiente.
"N?o vamos ficar sentados aqui nos lamentando porque está difícil superar essa barreira imposta pela comunidade europeia", afirmou o ministro. "Se n?o querem ampliar as rela??es comerciais com a agroindústria, vamos olhar os asiáticos, os africanos e o Oriente Médio", concluiu.