O presidente chinês, Xi Jinping, pediu na ter?a-feira ao chanceler alem?o, Olaf Scholz, que ajude a resolver a quest?o das tarifas da Uni?o Europeia (UE) sobre veículos elétricos chineses, à margem da Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, no Brasil.
As tarifas da UE sobre veículos elétricos chineses est?o chamando a aten??o em todo o mundo, e a China sempre insiste em resolver as diferen?as por meio do diálogo e da consulta, disse Xi.
Espera-se que a Alemanha continue a desempenhar um papel importante nesse sentido, disse Xi, observando que a China considera a Europa como um polo importante em um mundo multipolar.
A reuni?o dos dois líderes ocorreu no segundo dia da cúpula do G20, onde Xi pediu a constru??o de uma economia mundial caracterizada pela coopera??o, estabilidade, abertura, inova??o e eco-amigabilidade.
é importante ter em mente que a humanidade vive em uma comunidade com um futuro compartilhado, Xi disse na cúpula na segunda-feira, acrescentando que os membros do G20 devem ver o desenvolvimento uns dos outros como oportunidades e n?o como desafios, e ver uns aos outros como parceiros e n?o rivais.
Durante uma reuni?o separada com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, na ter?a-feira, Xi disse que a China e a Fran?a, como grandes países, compartilham responsabilidades comuns para liderar a comunidade internacional a se unir nos esfor?os para enfrentar os desafios globais em um momento em que muitas novas mudan?as est?o se desenrolando no cenário internacional.
Macron disse que a Fran?a defende a autonomia estratégica e está disposta a dialogar e cooperar com a China no espírito de respeito mútuo, lidar adequadamente com disputas econ?micas e comerciais, e manter um desenvolvimento saudável e estável das rela??es econ?micas e comerciais bilaterais.
Apesar da forte oposi??o de vários Estados-membros, a Comiss?o Europeia finalizou sua decis?o de impor tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China, uma medida protecionista comercial equivocada que prejudica muitos, mas n?o beneficia ninguém.
Um artigo da Bloomberg descreveu a decis?o como "um passo em falso que se deve esperar que dê lugar a negocia??es mutuamente benéficas, n?o lance uma guerra comercial que deixe ambos os lados em pior situa??o". As gigantes europeias de automóveis, como BMW e Mercedes-Benz, se op?em ao plano tarifário.
Como os observadores alertaram, essas tarifas enfraquecer?o a competitividade da indústria europeia a longo prazo. Hildegard Mueller, presidente da Associa??o Alem? da Indústria Automotiva, rejeitou a medida da UE como "um retrocesso para o livre comércio global e, portanto, para a prosperidade, seguran?a no emprego e crescimento na Europa".
Enquanto isso, a Gr?-Bretanha se distanciou da decis?o da UE, com o secretário de Comércio britanico, Jonathan Reynolds, descartando quaisquer planos de impor tarifas semelhantes às importa??es de veículos elétricos chineses.
Reynolds disse que, como n?o houve nenhuma reclama??o da indústria automotiva britanica à Autoridade de Defesa Comercial, ele n?o procuraria seguir a UE na busca de tarifas.
Durante conversas com o primeiro-ministro britanico, Keir Starmer, na segunda-feira, Xi disse que a China e a Gr?-Bretanha desfrutam de um vasto espa?o para coopera??o.
O Brasil é a segunda parada da viagem de Xi pela América Latina, que o levou ao Peru. Em Lima, ele manteve uma agenda apertada, participando da 31a Reuni?o de Líderes Econ?micos da APEC, fazendo uma visita de Estado ao Peru e realizando uma série de reuni?es bilaterais, incluindo uma com seu homólogo dos EUA, Joe Biden.
Em Brasília, Xi deve discutir as rela??es bilaterais com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto a China e o Brasil marcam o 50o aniversário dos la?os diplomáticos.
Apesar dos grandes obstáculos da Europa, os principais fabricantes chineses de veículos elétricos vêm ganhando for?a na América Latina. A Build Your Dreams (BYD), gigante chinesa de veículos elétricos, dobrou suas vendas no exterior nos primeiros nove meses do ano, com desempenho notável no Brasil, compensando, até certo ponto, os retrocessos na Europa.
Alexandre Baldy, vice-presidente da BYD Brazil, disse à Xinhua que quase 80 mil dos seus carros, veículos acessíveis e de alta-tecnologia para os brasileiros, est?o agora nas estradas do país latino-americano.
Durante sua visita à China em junho, a presidente peruana Dina Boluarte expressou esperan?a de uma fábrica de montagem da BYD no Peru, já que o país planeja construir uma nova frota de transporte público de veículos elétricos nos próximos três a quatro anos.
"A China e a América Latina, em certo sentido, s?o economias complementares. Precisamos de capital, tecnologia, mercados e a China tem isso", disse Carlos Aquino, diretor do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Nacional de San Marcos, no Peru. "Podemos aprender com a experiência da China".