A perspectiva da China e da Uni?o Europeia se aproximarem de uma solu??o alternativa à imposi??o de tarifas extraordinárias da UE sobre veículos elétricos fabricados na China representará um amortecedor para evitar a escalada das tens?es comerciais entre as duas potências econ?micas, segundo analistas.

Um encontro da China e da UE "no meio do caminho" sobre a quest?o das tarifas, n?o só beneficiaria a indústria de veículos elétricos de ambos os lados, mas também contribuiria para um relacionamento econ?mico bilateral mais amplo, acrescentaram.

Bernd Lange, presidente do Comitê de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, disse à emissora alem? n-tv na sexta-feira que Bruxelas e Beijing est?o próximos de fechar um acordo que veria a China se comprometer a oferecer veículos elétricos na UE a um pre?o mínimo, embora n?o tenha fornecido mais detalhes sobre as especificidades do acordo.

Em meio a tens?es latentes por meses sobre alega??es infundadas de subsídios injustos na indústria de veículos elétricos da China, a UE concluiu sua investiga??o em 29 de outubro, colocando tarifas adicionais de até 35,3% sobre as importa??es de veículos elétricos chineses por cinco anos, além do imposto de importa??o padr?o de 10%.

Apesar da imposi??o de tarifas, as equipes técnicas chinesas e da UE se envolveram em cinco turnos de discuss?es em Beijing de 2 a 7 de novembro, bem como conversas por vídeo na semana seguinte, com o objetivo de chegar a um possível acordo de compromisso de pre?os.

Sob esse acordo, a China concordaria com um pre?o de exporta??o e volume mutuamente aceitáveis para seus veículos elétricos em troca da UE remover os aumentos de tarifas.

Uma fonte familiarizada com o assunto disse ao jornal China Daily, no início deste mês, que a China e a UE chegaram a um "consenso técnico" após as negocia??es, particularmente sobre a estrutura do acordo de compromisso de pre?o e seu mecanismo de implementa??o.

Com base no progresso, ambas as partes expressaram disposi??o de se concentrar em negociar quest?es relacionadas aos seus principais interesses e chegar a um acordo mutuamente benéfico, segundo a fonte.

Nem a Comiss?o Europeia, o bra?o executivo da UE, nem o Ministério do Comércio da China comentaram as declara??es de Lange até o momento da impress?o, na segunda-feira.

O acordo, se finalizado, poderia satisfazer as demandas da UE para proteger seu setor automotivo local, ao mesmo tempo em que evita a cobran?a de tarifas altas sobre as importa??es de VE chineses, disse Sang Baichuan, reitor do Instituto de Economia Internacional da Universidade de Negócios Internacionais e Economia.

O acordo de compromisso de pre?os poderia fornecer um alívio temporário para as montadoras europeias, mas Sang observou que construir uma cadeia de valor local que pudesse realmente apoiar o crescimento sustentável da indústria de veículos elétricos da UE é um esfor?o de longo prazo.

Simplesmente suprimir o fornecimento da China n?o é a saída, disse Sang, que acrescentou que as empresas europeias devem avaliar sua concorrência e colabora??o com empresas chinesas de uma forma mais calma e racional.

De acordo com um relatório publicado em abril pela Agência Internacional de Energia, a China atualmente domina a cadeia de fornecimento de baterias, com quase 85% da capacidade global de produ??o de células de bateria.

"O compromisso de pre?os acabará revertendo para pre?os baseados no mercado no longo prazo", disse Sang, acrescentando que isso deve levar as montadoras chinesas a reavaliarem seu posicionamento de produto, estruturas de custo e vários aspectos de suas cadeias de valor.

Cui Hongjian, diretor do Centro de Estudos da Uni?o Europeia e Desenvolvimento Regional da Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing, disse que a declara??o do funcionário da UE indica um esfor?o dentro do grupo para chegar a um consenso com a China o mais rápido possível.

Perante os desafios econ?micos que a Europa enfrenta e a oposi??o de vários Estados-membros, é estrategicamente prudente para a UE evitar tens?es comerciais crescentes, que poderiam potencialmente infligir repercuss?es mais severas em sua economia, acrescentou Cui.

O governo chinês, em linha com os regulamentos, está impondo medidas antidumping temporárias sobre importa??es selecionadas de conhaque da UE, conforme anunciado pelo Ministério do Comércio no início de outubro. Esta a??o coincide com as investiga??es a decorrer sobre importa??es da UE de carne suína, subprodutos de carne suína e laticínios.

Além disso, as autoridades chinesas est?o considerando tarifas mais altas sobre veículos importados da UE, movidos a combustível e com motores de grande cilindrada, de acordo com o ministério.