Simon Stiell, secretário executivo da Conven??o-Quadro das Na??es Unidas sobre Mudan?as Climáticas (UNFCCC), disse quinta-feira durante uma conferência em Brasília que a transi??o energética é "imparável".
Na conferência, realizada no Instituto Rio Branco, a academia da diplomacia brasileira, Stiell argumentou que os países ricos devem cumprir com suas obriga??es financeiras para que as na??es mais vulneráveis n?o sofram todas as consequências das mudan?as climáticas.
Este ano, o Brasil sediará a Conferência das Na??es Unidas sobre Mudan?as Climáticas (COP30), que acontecerá em novembro na cidade amaz?nica de Belém do Pará. O embaixador André Correa do Lago, que preside a COP30, esteve ao lado do secretário da UNFCCC na apresenta??o da tarde desta quinta-feira.
Stiell ressaltou que os incêndios que devastaram Los Angeles, nos Estados Unidos, por exemplo, s?o um alerta de que até mesmo as maiores potências do mundo sofrer?o as consequências do aquecimento global.
Respondendo a uma pergunta da plateia sobre o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, de se retirar do Acordo de Paris, Stiell disse que a oportunidade de ganhar dinheiro com a transi??o energética "é simplesmente grande demais para ser ignorada".
"é por isso que -- acima de todos os outros fatores -- a transi??o para a energia limpa é agora imparável: por causa da escala colossal da oportunidade econ?mica que ela apresenta", disse ele.
Para o secretário da UNFCCC, o espa?o deixado pelos Estados Unidos será preenchido por outras na??es.
"Um país pode dar um passo para trás, mas outros já est?o se posicionando para tomar seu lugar e colher enormes recompensas: maior crescimento econ?mico, mais empregos, menos polui??o e custos de saúde muito mais baixos, energia mais segura e acessível", disse ele.
Stiell admitiu que há uma enorme lacuna entre o que foi feito em termos de financiamento climático e o que precisa ser feito.
A última COP 29, realizada em Baku, estabeleceu uma nova meta de US$ 300 bilh?es em recursos para solu??es climáticas, uma meta considerada pouco ambiciosa pelos ambientalistas.
Agora caberá à COP30, sob a presidência brasileira, desenhar os mecanismos para colocar esse objetivo em prática.
Stiell estava otimista sobre o progresso das negocia??es e disse que as novas NDCs (as metas com que cada país deve se comprometer para alcan?ar os objetivos climáticos) a serem apresentadas ainda este ano devem demonstrar o comprometimento das na??es com o meio ambiente.