Song Yiran, Diário do Povo
"As artes marciais abriram uma janela para que eu entendesse melhor a China". O diretor da Associa??o de Artes Marciais Sun Bin do Brasil, Rogério Fernandes de Macedo, lembra-se de que os movimentos fluidos das artes marciais e o espírito de justi?a dos heróis do kung fu despertaram sua admira??o quando ainda era jovem, ao ponto de adotar o nome chinês Huo Xinwu, cujos carateres que o comp?em est?o repletos de conota??es marciais.
Desde sua adolescência, quando come?ou a estudar artes marciais chinesas por interesse e entrou em contato com a cultura chinesa, até escolher o estudo comparativo da sinologia como tema principal de sua pesquisa de doutorado, Rogério Macedo tem se dedicado a contribuir para a amizade entre o Brasil e a China.
Em 2018, fez um intercambio de curto prazo na Universidade Jiaotong de Beijing, o que lhe permitiu aprimorar seu nível de mandarim e aprofundar sua compreens?o sobre a cultura chinesa. Após regressar ao Brasil, continuou a promover a cultura chinesa localmente, ensinando chinês e também artes marciais chinesas.
"As artes marciais n?o s?o apenas um esporte, mas também um dos veículos da excelente cultura tradicional chinesa. Estudar artes marciais permite uma compreens?o mais direta da cultura tradicional chinesa". Macedo acredita que, apesar do processo de moderniza??o, a China conseguiu preservar a essência de sua cultura tradicional. Em suas aulas, ele frequentemente integra discuss?es sobre a cultura chinesa e obras clássicas, compartilhando os valores da filosofia clássica chinesa com os alunos, ajudando-os a entender melhor a história e a cultura da China.
No ano passado, Rogério Macedo participou da elabora??o da coletanea de comemora??o "Brasil e China: 50 anos de Rela??es Diplomáticas", como uma homenagem à amizade de meio século entre os dois países. Ele afirmou que o intercambio cultural é um meio importante para aprofundar a amizade e a coopera??o bilateral.
Com o desenvolvimento da China, cada vez mais brasileiros est?o se interessando pela cultura chinesa. "O intercambio cultural aproximou os povos brasileiro e chinês, e o entendimento mútuo e a confian?a recíproca se tornar?o uma base sólida para a coopera??o futura entre os dois países. Espero que mais brasileiros possam se aproximar da China por meio do intercambio e coopera??o cultural", afirmou.
"Recentemente, participei da segunda Conferência Mundial de Sinologia, em Fujian. Foi muito emocionante poder trocar ideias com colegas de todo o mundo sobre estudos sinológicos", comentou. O entrevistado também ressaltou que o processo de moderniza??o da China criou diversas oportunidades de desenvolvimento para países do Sul Global, como o Brasil, atraindo especialistas e acadêmicos de diferentes culturas para se dedicarem ao estudo da sinologia. No futuro, Rogério Macedo espera contribuir para o fortalecimento do intercambio e da coopera??o cultural entre a China e o Brasil, traduzindo mais clássicos e obras literárias chinesas.