Por Zhang Rong
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, está realizando uma visita à China, de 24 a 28 de mar?o, a convite de Wang Yi, membro do Bir? Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e ministro das Rela??es Exteriores.
Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, visita a Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing e reúne-se com o reitor da Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing, Jia Wenjian, em 25 de mar?o. (Foto: Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing)
Na tarde do dia 26, Rangel visitou a Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing, onde proferiu uma palestra sobre a língua e a cultura portuguesas. Jia Wenjian, reitor da universidade, e o vice-reitor Zhao Gang, receberam a delega??o de Rangel. Cerca de cem professores e alunos dos cursos de português assistiram à palestra.
Em entrevista ao Diário do Povo Online, Rangel destacou o estado das rela??es bilaterais entre Portugal e a China, depois do encontro com o ministro Wang Yi, sublinhando que "S?o rela??es muito boas. S?o, por um lado, rela??es muito antigas, e que nestes últimos 45 anos tiveram um desenvolvimento, um aprofundamento extraordinário".
Rangel enfatizou que esta proximidade foi particularmente visível aquando da transferência da administra??o de Macau para a China, em 1999, seguida do estabelecimento da Parceria Estratégica Portugal-China.
Durante a reuni?o, foram abordados temas diversos, incluindo economia, intercambio cultural e a presen?a portuguesa em Macau e na Grande área da Baía. "Falamos muito da presen?a portuguesa em Macau e em toda a regi?o envolvente de Macau, e agora com o projeto da Grande área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau", afirmou Rangel, salientando ainda o papel estratégico de Macau como plataforma para o diálogo entre a China e os países de língua portuguesa.
Relativamente à economia, Rangel frisou o potencial de coopera??o no ambito da Parceria Azul, estabelecida em 2017, e a importancia da economia oceanica para ambos os países. "Há imensas oportunidades na área dos oceanos. é uma área à qual Portugal se tem dedicado muito", referiu, lembrando a realiza??o da próxima Conferência das Na??es Unidas sobre os Oceanos 2025 em Nice, na Fran?a.
Para o ministro português, a economia azul deve estar intrinsecamente ligada à sustentabilidade: "A economia azul tem de ser uma economia verde também", frisou, defendendo o uso de tecnologias limpas para reduzir os fatores de carboniza??o.
Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, visita a Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing e deixa uma mensagem escrita para os estudantes, em 25 de mar?o. (Foto: Zhang Rong/Diário do Povo Online)
Rangel mencionou também a necessidade de aprofundar o intercambio cultural e interpessoal entre os dois países, especialmente no que concerne ao ensino das línguas. "é preciso incentivar o ensino do chinês em Portugal... mas precisamos de mais, e também precisamos de mais língua portuguesa na China", afirmou, aludindo ao crescente número de tradu??es de autores portugueses na China e de autores chineses em Portugal, destacando que "isto também é muito importante para conhecer a cultura".
O fortalecimento dos la?os culturais tem saído refor?ado com iniciativas como a exposi??o do arquivo do arquiteto português álvaro Siza Vieira em Shanghai, assinalando os 30 anos de gemina??o entre a cidade do Porto e Shanghai.
"A Escola do Porto tem dois prémios Pritzker em 10 anos, o que é uma coisa extraordinária como escola de arquitetura, demonstrando as conquistas de Portugal no setor", observou.
O vinho português, um dos produtos em destaque na pauta das exporta??es lusas pela sua qualidade e valor cultural, foi também alvo de men??o durante a entrevista. "Está a haver uma mostra aqui, agora, na China, precisamente neste momento em que falamos, também de vinhos portugueses, que, de facto, s?o vinhos muito bons e s?o grandes embaixadores da cultura portuguesa, porque eles representam economia, representam cultura, representam tradi??o e, claro, representam também prazer e uma boa disposi??o para todos aqueles que o bebem", referiu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros concluiu refor?ando a importancia do fortalecimento contínuo das rela??es bilaterais e do aprofundamento da vis?o multilateral partilhada por Portugal e China. "Acreditamos no multilateralismo, defendemos o multilateralismo e defendemos, naturalmente, as Na??es Unidas".