A China e os Estados Unidos realizar?o negocia??es comerciais oficiais ainda esta semana, com Beijing reiterando seu compromisso com o diálogo e a coopera??o, ao mesmo tempo em que salvaguarda firmemente seus interesses legítimos diante da escalada das tens?es comerciais iniciadas pelos EUA.
Analistas afirmaram que a crescente press?o de partes interessadas domésticas nos EUA pode ter empurrado Washington de volta à mesa de negocia??es. Eles também afirmaram que a comunidade internacional está observando atentamente para ver se as próximas negocia??es podem ajudar a estabilizar a economia global e proporcionar um ponto de virada para aliviar as tens?es comerciais e resolver as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo por meio do diálogo.
O Ministério das Rela??es Exteriores confirmou na quarta-feira (7) que o vice-primeiro-ministro He Lifeng, principal representante chinês para assuntos econ?micos e comerciais China-EUA, se reunirá com o principal funcionário americano, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, durante a visita de He à Suí?a, de sexta a segunda-feira. O ministério afirmou que as negocia??es foram agendadas a pedido dos EUA.
As conversas marcam o primeiro compromisso público oficial entre as duas maiores economias do mundo desde que a decis?o do governo Trump de impor tarifas pesadas sobre as importa??es da China mergulhou os dois lados numa guerra comercial.
Antes de Beijing concordar em se envolver com Washington, autoridades americanas de alto escal?o sinalizaram ajustes nas medidas tarifárias e transmitiram mensagens proativamente por vários canais, expressando seu desejo de negociar com a China, observou o Ministério do Comércio.
"Levando em considera??o as expectativas globais, os interesses da China e os apelos da comunidade empresarial e dos consumidores dos EUA, a China decidiu concordar em entrar em contato com os EUA", disse um porta-voz do ministério.
Bessent disse na ter?a-feira que os dois lados se reuniriam no sábado e no domingo para estabelecer as bases para futuras negocia??es.
"Minha impress?o é que se tratará de uma redu??o da tens?o, n?o de um grande acordo comercial, mas precisamos reduzir a tens?o antes de podermos avan?ar", disse ele à Fox News. "As tarifas e barreiras comerciais atuais s?o insustentáveis, mas n?o queremos nos desvincular."
Embora os analistas tenham visto as negocia??es mais como um gesto simbólico, eles acreditam que elas sinalizam que a possibilidade de diálogo e coopera??o ainda existe, o que pode abrir caminho para aliviar as tens?es comerciais e injetar a t?o necessária certeza no crescimento econ?mico global.
"Acreditamos que ambos os lados esperam chegar a um acordo abrangente. O estágio atual de escalada mútua e medidas de retalia??o entre os dois países pode diminuir temporariamente", disse Robin Xing, economista-chefe do Morgan Stanley para a China.
No entanto, devido às inúmeras quest?es envolvidas e às diferen?as consideráveis ??entre os dois lados em muitas áreas, as negocia??es ser?o muito complexas e exigir?o um tempo considerável para serem concluídas, acrescentou Xing.
"Se os EUA quiserem conversar, nossa porta estará sempre aberta", disse o porta-voz do Ministério do Comércio. "Mas se disser uma coisa e fizer outra, ou tentar usar as negocia??es como pretexto para continuar a coer??o e a extors?o, a China jamais concordará, tampouco sacrificará sua posi??o de princípios e sua equidade e justi?a internacionais para buscar qualquer acordo", alertou ele.
O porta-voz enfatizou que as negocia??es devem ser baseadas em "respeito mútuo, consulta igualitária e benefício mútuo".
Cui Fan, professor de comércio internacional na Universidade de Negócios e Economia Internacionais de Beijing, afirmou: "A China emergiu como a mais resoluta, decisiva e enérgica entre todas as economias globais em suas contramedidas contra as a??es protecionistas dos EUA."
As consequências n?o intencionais do unilateralismo dos EUA e suas a??es protecionistas contra a China, como a deteriora??o do sentimento do consumidor e um déficit comercial recorde, colocaram uma press?o interna significativa sobre a Casa Branca para encontrar uma solu??o para as tens?es comerciais em curso.
A confian?a do consumidor dos EUA caiu em abril para o menor nível em quase cinco anos, devido ao crescente pessimismo sobre as perspectivas para a economia e o mercado de trabalho devido às tarifas, recuando quase 8 pontos, para 86, de acordo com o índice de Confian?a do Consumidor divulgado em 29 de abril pelo The Conference Board, um think tank global com sede na cidade de Nova York.
Enquanto isso, dados divulgados na ter?a-feira (6) pelo Departamento do Censo dos Estados Unidos mostraram que o déficit comercial dos EUA aumentou 14%, para um recorde de US$ 140,5 bilh?es em mar?o, à medida que as empresas estocaram produtos para se antecipar às tarifas abrangentes impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em abril.
Luo Zhiheng, economista-chefe da Yuekai Securities, afirmou que o uso extensivo de tarifas por Trump afetou severamente o crescimento econ?mico dos EUA e prejudicou sua reputa??o internacional, um desenvolvimento que, segundo Luo, acabará tendo efeitos negativos para os EUA.
"O que a China precisa fazer agora é se tornar o maior mercado consumidor do mundo e um polo central de importa??es globais, preenchendo as lacunas de mercado deixadas pelos EUA. Como uma comunidade de interesses compartilhados, a China conquistará mais amigos... aumentando assim sua influência nas negocia??es contra os EUA", profetizou Luo.