Vários clientes americanos correm contra o tempo para estocar mercadorias, após a suspens?o de tarifas: especialista do setor
Navios de carga e contêineres em um terminal do Porto de Yangzhou, na província de Jiangsu, no leste da China, em 14 de maio de 2025. Foto: IC
As a??es do setor de transporte marítimo da China mantiveram seu forte desempenho na segunda-feira, com as a??es de algumas grandes empresas atingindo o limite diário pelo quinto dia consecutivo, em meio à crescente demanda, após as recentes negocia??es comerciais entre China e EUA em Genebra.
Na segunda-feira, as a??es da Jiangsu Lianyungang Port Co, Ningbo Marine Co e Nanjing Port Co subiram acima do limite diário pelo quinto dia consecutivo. As a??es da Zhuhai Port Co e Ningbo Zhoushan Port Co subiram mais de 10%, atingindo seus limites de alta.
"O aumento nos estoques relacionados ao transporte marítimo reflete o aumento da atividade de compra por parte das empresas americanas, após o resultado das negocia??es comerciais entre a China e os EUA há uma semana, à medida que se apressam para estocar mercadorias durante o período de 90 dias de suspens?o tarifária", disse Zhao Nan, especialista do Centro de Pesquisa de Transporte Marítimo Internacional de Shanghai, ao Global Times na segunda-feira.
A pressa das empresas em eliminar os pedidos pendentes do período anterior de tarifas elevadas é outro fator importante que impulsiona o sentimento atual do mercado, referiram os especialistas.
"Quando as tarifas americanas atingiram o pico de 145% em 9 de abril, muitos embarques com destino aos EUA foram paralisados. Após a flexibiliza??o das tarifas em 14 de maio, surgiu um efeito de atraso — um grande volume de mercadorias anteriormente retidas nos portos chineses precisou ser embarcado, desencadeando um aumento nos embarques", disse Zhong Zhechao, fundador da One Shipping, uma consultoria de logística internacional, ao Global Times na segunda-feira.
A incerteza sobre o que acontecerá após a suspens?o tarifária de 90 dias também está alimentando a corrida para enviar mercadorias para os EUA, já que as empresas buscam evitar potenciais custos ou interrup??es futuras, de acordo com especialistas do setor.
Tradicionalmente, a alta temporada do comércio China-EUA ocorre de julho a setembro, quando as empresas se preparam para grandes eventos de compras nos EUA no segundo semestre do ano, como o Dia de A??o de Gra?as, a Black Friday e o Natal.
No entanto, devido à incerteza sobre o que acontecerá após a janela de 90 dias, muitas empresas americanas est?o fazendo pedidos antecipadamente, de modo a garantir que suas mercadorias chegam dentro da janela atual, disse Zhong.
O envio da China para os EUA normalmente leva de 30 a 45 dias, dependendo da rota e do porto. Considerando a coloca??o do pedido, a produ??o e a entrega, o prazo já é bastante apertado, disseram analistas do setor.
Um analista da Huayuan Securities disse ao Securities Times na segunda-feira que um aumento nos embarques em rotas transpacíficas, desencadeado pela pausa tarifária de 90 dias entre China e EUA, deve elevar tanto os volumes quanto as taxas de frete.
Além disso, as tarifas de transporte regional na ásia podem ser elevadas pelos efeitos colaterais, potencialmente impulsionando o desempenho de empresas relacionadas, disse o analista.
Yao Shuai, representante da filial de Shenzhen da Shipco Transport (Shanghai), passou a entender melhor o quanto seus clientes nos EUA est?o ansiosos para que as mercadorias sejam entregues o mais rápido possível, para compensar os atrasos causados pelas tarifas impostas antes da declara??o conjunta da China e dos EUA.
Antes da declara??o conjunta, os embarques da empresa da China para os EUA caíram cerca de 70%. Ao mesmo tempo, a frequência de embarque dos navios, a disponibilidade de contêineres e a capacidade de frete aéreo caíram cerca de 60% a 70%, já que algumas transportadoras, como companhias marítimas e aéreas, suspenderam os servi?os quando n?o conseguiam utilizar totalmente sua capacidade, disse Yao ao Global Times.
No entanto, após a pausa nas tarifas, Yao previu que, nas próximas semanas, as cargas da China para os EUA congestionar?o as rotas de transporte, aumentando os volumes de frete, elevando significativamente os custos de transporte, observando que as remessas de saída aguardam a chegada dos navios aos portos chineses.
Após a redu??o significativa nas tarifas China-EUA, um representante da Maersk afirmou que a empresa "observou um aumento nas reservas de carga" e que aumentará a capacidade na rota China-EUA para atender à recupera??o da demanda do mercado.
Do lado americano, alguns portos também est?o prevendo um aumento nos volumes de carga. De acordo com dados de rastreamento de embarca??es, as importa??es de carga no porto de Los Angeles devem aumentar 21,98% na compara??o semanal entre 18 e 24 de maio, informou o National Business Daily na segunda-feira.
"Ajustes nas rotas de navega??o China-EUA e na capacidade de transporte já estavam em andamento, mas o aumento na demanda de reposi??o de estoques dos EUA em meio à incerteza futura sobre a política comercial americana acelerou significativamente o ritmo", disse Zhao. "Essa crescente demanda também se reflete claramente no aumento dos volumes portuários".