Acompanhando o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em sua recente visita à China, estava uma importante delega??o representando o setor agrícola do Brasil. Essa grande presen?a do agronegócio n?o foi surpreendente.
Segundo uma reportagem recente do China Daily, a China é o maior importador de alimentos do mundo, e o Brasil é seu principal fornecedor, respondendo por 25% de todos os produtos agrícolas importados pelo país.
Embora seja líder na importa??o de alimentos, a China também é um grande produtor de gr?os, especialmente trigo, milho e arroz. Devido a limita??es na disponibilidade de terra arável e água, a China produz relativamente menos quantidade de soja, dependendo, portanto, em grande parte, de importa??es.
O Brasil se tornou um parceiro estratégico nesse contexto, com a soja respondendo por mais de 60% das exporta??es do agronegócio do país para a China.
Outras exporta??es importantes incluem carne e celulose, enquanto o milho está ganhando terreno. O sorgo e as leguminosas, como feij?o e gergelim, também apresentam grande potencial.
Os la?os do agronegócio s?o complementares e mutuamente benéficos. O Brasil fornece gr?os e apoia a crescente demanda do país por proteínas. Enquanto isso, as importa??es chinesas alimentam o desenvolvimento econ?mico rural no Brasil.
Ambos os países compartilham o desafio de alimentar popula??es em crescimento de forma sustentável. O aumento da disponibilidade de alimentos é uma prioridade para a China, conforme descrito em seu atual plano quinquenal. Para atingir essa meta e, ao mesmo tempo, preservar os recursos naturais e reduzir o impacto ambiental, s?o necessárias melhorias na produtividade agrícola. A tecnologia e a biotecnologia s?o fundamentais nessa jornada.
Entre 1976 e 2024, o Brasil dobrou a área usada para o cultivo de gr?os, enquanto a produ??o total aumentou sete vezes, refletindo um aumento de três vezes na produtividade.
De acordo com a Confedera??o da Agricultura e Pecuária do Brasil, sem os avan?os tecnológicos, o Brasil precisaria de mais de 278 milh?es de hectares de terras aráveis para produzir o que atualmente consegue com apenas 81,6 milh?es de hectares.
A produ??o brasileira de culturas geneticamente modificadas só perde para os Estados Unidos, com soja, milho, algod?o, cana-de-a?úcar e eucalipto plantados em 56 milh?es de hectares. Na safra de 2022 e 2023, as taxas de ado??o atingiram 99% para soja e algod?o e 98% para milho.
Acredita-se que a biotecnologia também tenha levado a uma redu??o na necessidade de pesticidas, o que é fundamental na agricultura tropical. Os dados da Croplife Brasil mostram uma redu??o no uso de pesticidas de 35% para a soja, 16,2% para o milho de ver?o, 16,4% para o milho de inverno e 27,5% para o algod?o.
Menos uso de pesticidas significa menos consumo de combustível e menos opera??es de máquinas. Juntamente com os ganhos de eficiência da terra, isso contribui para uma redu??o de 70,4 milh?es de toneladas métricas de emiss?es de dióxido de carbono, o equivalente ao plantio de 504 milh?es de árvores nativas. Essas melhorias fortalecem a sustentabilidade das exporta??es de soja brasileira para a China.