O médico chinês Chen Qiuyu mediu a temperatura corporal de um aluno local na Escola Secundária Samora Moisés Machel, em Bissau, capital de Guiné-Bissau, na sexta-feira. (Foto: Xinhua)

Ao amanhecer em Bissau, capital da Guiné-Bissau, fileiras de estudantes se alinham nos corredores de uma escola, com os olhos brilhando de expectativa, aguardando a chegada dos médicos chineses que oferecem palestras, exames de saúde e consultas — levando o presente da saúde a mais de 1.600 jovens.

Em fevereiro, a 20a turma da equipe médica chinesa em Guiné-Bissau, em coopera??o com os ministérios da saúde pública e da educa??o do país da áfrica Ocidental, estabeleceu o programa "Saúde nas Escolas".

Desde o lan?amento do programa em 20 de maio, uma equipe de 14 médicos chineses especializados em mais de 10 departamentos, incluindo pediatria e cardiologia, realizou atendimentos gratuitos em cinco escolas de Bissau.

"O sistema de saúde de Guiné-Bissau é frágil e a saúde da popula??o adolescente merece maior aten??o", disse Pang Yong, chefe da equipe médica chinesa, no local do atendimento gratuito realizado na Escola Secundária Samora Moisés Machel.

"A maioria dos estudantes enfrenta desafios durante a adolescência, incluindo desnutri??o, doen?as parasitárias e de pele, além de conhecimento limitado sobre a preven??o de doen?as sexualmente transmissíveis", afirmou Pang.

Os principais problemas de saúde incluem diarreia, inflama??o ocular, desnutri??o e infec??es de pele, afirmou. "Esses problemas est?o relacionados a fatores como más condi??es sanitárias locais, muita poeira durante a esta??o seca, prolifera??o de bactérias durante a esta??o chuvosa e ingest?o nutricional insuficiente", explicou o médico.

A Guiné-Bissau possui apenas alguns hospitais bem equipados, a maioria dos quais concentrados na capital. Os hospitais regionais s?o subdesenvolvidos, os centros de saúde comunitários têm baixa cobertura e há uma grave escassez de profissionais de saúde. Doen?as infecciosas, como malária e doen?as parasitárias, s?o as principais amea?as à saúde enfrentadas pelos moradores locais.

O cirurgi?o ortopédico Guo Qiang, membro da equipe, ofereceu consultas e participou de sess?es de educa??o em saúde durante a clínica gratuita. Embora a infraestrutura médica do país ainda seja rudimentar, ele ficou profundamente impressionado com o entusiasmo das crian?as e a necessidade urgente de atendimento médico.

"Certa vez, tratei um paciente de 3 anos cujo polegar esquerdo havia sido gravemente infectado após uma les?o e corria risco de amputa??o. Quando a família estava quase desesperada, eles me contataram durante a noite pelas redes sociais. Após o tratamento, o polegar da crian?a foi finalmente salvo", lembra Guo.

A confian?a e a gratid?o nos olhos do menino e de sua família aprofundaram sua compreens?o do que "Saúde nas Escolas" realmente significa, observou ele.

Maria Ines Djassi, de 16 anos, sofria há muito tempo de dores abdominais e diarreia, mas a longa distancia até os centros de saúde e o alto custo do tratamento a impediram de receber um tratamento eficaz.

No local, médicos chineses avaliaram cuidadosamente sua condi??o, conscientizaram sobre a preven??o da diarreia e ofereceram medicamentos gratuitos.

"Sou muito grata aos médicos chineses; a visita deles significa muito para nós", disse Maria.

Mamadu Lamarana, diretor da Escola Secundária Samora Moisés Machel, elogiou os médicos chineses como "muito profissionais e pacientes".

"Eles n?o apenas realizaram exames de rotina com nossos alunos, mas também compartilharam conhecimentos médicos muito úteis.

"Muitos de nossos alunos geralmente n?o têm acesso fácil a cuidados de saúde, ent?o receber tratamento aqui mesmo na escola é uma oportunidade rara e valiosa."